Na reunião remota de quase 4 horas de duração, descrita no Youtube como "Audiência para tratar de emenda coletiva dos vereadores", os parlamentares fizeram bate-papo motivacional com secretário, quando o mesmo tentou minimizar os efeitos das saias justas de sua gestão, a exemplo da história da vacinação do H1N1 que seria para dois meses, mas as doses acabaram logo no primeiro dia da campanha. A SEMUS, inclusive havia montado uma mega estrutura para a ação, mas tudo foi em vão.
Mesmo com o colapso na saúde do município [que não tem nada a ver com a pandemia do coronavírus], os vereadores da base aliada, em peso, blindaram o convidado e se limitaram a fazer-lhe perguntinhas bobas e cobranças tolas, do tipo que mandasse equipe de vacinação para suas comunidades. Em certos momentos a reunião remota deixava a leve impressão de um balcão de negócios com as emendas. E na falta de questionamentos pertinentes e críticas necessárias, sobraram bajulações de cortesia ao secretário, com direito a parabéns por sua gestão, avaliada como ótima pelos vereadores, e que estaria no caminho certo e tal etc e tal.
Único questionamento
Dos 15 [de 31] vereadores que participaram da transmissão inédita [muitos deles direto do confinamento em suas residências], apenas o professor Sá Marques [hoje na oposição] manifestou críticas à gestão da saúde, denunciou irregularidades no setor, a precariedade e o desrespeito dentro dos hospitais do município, a exemplo do Hospital da Crianças, como foi denunciado recente por este blog. Sá Marques também cobrou que o dinheiro das emendas parlamentares sejam destinadas de fato à saúde.
A maioria dos questionamentos do parlamentar, porém, foi ignorada por Lula, que fazia ouvido de mercador a tudo aquilo que não lhe interessava, e com a ajuda do presidente da Casa, que controlava tudo [interferindo quando algo podia comprometer uma resposta], o secretário alcançou o objetivo, tirou de letra e deu show.
Qualidade técnica
Tecnicamente falando, a transmissão foi ruim, de péssima qualidade, principalmente o áudio; a conversa sofria interferências técnicas e ruídos de ambiente e prejudicou bastante a compreensão do que era falado, que em muitas situações não se ouvia nada, e assim transcorreu por toda a sessão. Vereadores falavam, o secretário muitas vezes não entendia, mas respondia apenas o que lhe era favorável.
Aliás a qualidade de som era tão ruim, que até a tradutora de libras ficava mais parada do que transmitindo os sinais ao público que assistia pela internet. Sorte que certamente, das pessoas [baixa audiência que oscilava entre 20 e 40 visualizações] que acompanhavam a transmissão remota não era surda.
A Intérprete de libra [na parte inferior do imagem], coitada, se esforçava para acompanhar as falas dos conferencistas, mas acabou ficando parada a maior parte do tempo. |
Já se passava mais de uma hora de conversa dos vereadores com o secretário, quando do nada surge um pedido de questão de ordem. Quem? é quem é? Pergunta o presidente. Era o Marcelo Poeta, aquele que tem sido comparado ao intolerante Carlos Massaranduba do antigo programa humorístico Casseta e Planeta, que por qualquer coisa sai dando "porrada". Ele parecia ser o único que participava fora de casa, devia estar na rua, dentro do carro. E se alguém pensava que fosse perguntar algo ou ao menos parabenizar o secretário, enganou-se: "Presidente é o seguinte... [interferido por falas] Faça o seguinte, a minha bateria ta acabando, e aí eu gostaria de ter a palavra, ou então deixasse a minha voz pra frente. Eu vou chegar em casa pra poder botar pra carregar, e que eu não perca a minha, a minha voz...." sinaliza o governista em sua única intervenção, porém a videoconferência acabou quase duas horas depois, e ele não mais retornou.
Participaram da teleconferência
Participaram da sessão inovadora os governistas: Osmar Filho [presidente], Ivaldo Rodrigues, Paulo Victor, Nato Júnior, Dr. Gutemberg Araújo, Umbelino Júnior, Bárbara Soeiro, Fátima Araújo, Chico Carvalho, Edson Gaguinho, Astro de Ogum, Genival Alves, Marcelo Poeta, Ricardo Diniz e Pavão Filho. E os oposicionistas: Cesar Bombeiro e professor Sá Marques.
Os próximos?
E com esse novo sistema virtual para as sessões da Câmara de São Luís e mediante a estratégia de blindagem adotada pelo presidente da Casa, facilitará ao legislativo municipal mobilizar outros controversos secretários, a exemplo do Antônio Araújo [SEMOSP], Moacir Feitosa [SEMED] e Canindé Barros [SMTT]. Araújo, os oposicionistas já só faltaram pedir ao papa que o obrigue a comparecer para dar muitas explicações sobre sua gestão suspeita de vícios, mas ele nunca vai, graças a mãozinha amiga dos aliados. Canindé, outro contra quem pesam muitas denúncias e muitas suspeitas, apesar de já ter "largado" a pasta, pode perfeitamente ser o próximo a dar show. Moacir, que também tem uma gestão digna de uma investigação séria, esse dispensa comentário.
E até o prefeito Edivaldo Holanda Jr poderá dar as caras para dizer algumas coisas que lhe interessam, é claro, que será ovacionado por seus fiéis escudeiros, os edis. Nunca por suas vítimas, a população de São Luís.
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