Caiu no poço a Audiência Pública que aconteceria nesta terça-feira (09/05) na Câmara Municipal de São Luís para discutir a Educação do Município, que lamentavelmente anda de mal a pior. É que o Secretário da SEMED, professor Moacy Feitosa desistiu de ir, quer dizer, alegou ter precisado ir às pressas a São Paulo, acompanhar a esposa que passa por problemas de saúde, motivo que inviabilizou sua presença no evento.
Com a audiência o vereador Marquinhos (DEM), autor da proposta pretendia colocar em pratos limpos a triste realidade da educação capenga oferecida pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr às crianças pobres da capital maranhense, que dependem do aprendizado do Município. São alunos prestes a ter mais um teto desabando sobre suas cabeças, que estão sem aula, seja porque a escola está fechada para reforma ou a prefeitura não pagou o aluguel do prédio, ou ainda porque falta merenda, água, salas de aula com as mínimas condições, ou simplesmente dignidade e respeito. Uma nova data deverá ser marcada, talvez lá para o segundo semestre.
Aliás, não há nada de novidade o secretário não comparecer a uma audiência dessas a essa altura do campeonato, pois mesmo que a mulher dele tivesse gozando plena saúde, certamente usaria outro pretexto. Assim, a audiência também seria postergada, uma vez que a prefeitura alega ainda não ter como prestar contas em apenas quatro meses do segundo mandato do prefeito (como tem defendido o sábio Pavão Filho em seus discursos de líder na Câmara). Mas sabe por que Moacy não iria?
Porque o professor Moacy, coitado, não tem nada a acrescentar, pois dizem que as condições que lhes são oferecidas na SEMED são insuficientes para ele fazer algo, como o faria se tivesse autonomia na pasta. Como não é mágico, nem tem os "poderes de greiscow", lhe resta fazer um feijãozinho chocho com arroz que só faz aumentar o descaso. Então se ele for abrir o bico pra falar a verdade dos fatos, a realidade nua e crua numa audiência dessas (que teria por lá alguns vereadores bem informados e questionadores, professores revoltados e a galera do SINDEDUCAÇÂO dando pressão), estaria com o pescoço na guilhotina sem dó, nem piedade. Resta a Moacy ir se escondendo em subterfúgios para salvar sua pele e não jogar logo seus patrões no tacho de mármore do inferno, tanto o filho quanto o pai. Ou melhor, tanto o pai quanto o filho, até porque como todos sabem, o pai está acima do filho, e é quem tem a chave do gazofilácio.
E o que deve acontecer? Vão começar a apagar o Moacy, deixando-o desgastar-se, depois acabarão também encostando-o numa daquelas assessorias especiais do prefeito (“valorizando seu conhecimento de mestre”, estratégia habitualmente usada pela atual gestão quando exonera um secretário, dando-lhe uma espécie de cala boca) e providenciar logo um novo secretário, que poderá sair do próprio partido do prefeito, o PDT. Este pegará a pasta e começará uma nova história, cujo fim é o mesmo já visto com Allan Kardec, Geraldo Castro e com o próprio Feitosa.
Vamos apostar?
Aliás, por falar em SINDEDUCAÇÃO e professores revoltados com a gestão desastrosa de Edivaldu’s na Educação, recentemente um grupo de educadores ligados ao Sindicato esteve na Câmara pedindo aos vereadores a instalação de uma CPI para apurar e mostrar à sociedade o que de fato está por trás do descaso cavalar que se instalou no setor na Gestão de Edivaldo, a ponto de a Educação ter dado um salto enorme para o atraso. A proposta foi abraçada pelo vereador Marcial Lima, que até tentou, num primeiro momento, a sua criação, mas foi desestimulado pela tropa de choque do prefeito na Casa.
O parlamentar ainda insiste na ideia, tentando desconstruir a tese popular de que uma andorinha só não faz verão.
Sr Adilson, não estou me escondendo. Nunca o fiz em toda a minha vida. Tenho endereço residencial conhecido. A Semed se localiza na Av Castelo Branco, São Francisco, contígua à zona central de São Luís, local aonde recebo a todos que exigem serviços dessa Secretaria. Estou inteiramente à disposição da Câmara ou de qualquer outra instituição que demandar esclarecimentos das atividades da Semed na minha gestão. Não ter acontecido a audiência agora não quer dizer que a mesma foi inviabilizada pelo governo. Este adiamento não aconteceria se não houvesse entendimento entre o executivo e o Legislativo, inclusive com o Vereador propositor da Audiência. Tenho tudo transparente e pronto para esclarecimentos à Câmara e, principalmente, à população de São Luís. Estou assumindo desgastes porque tenho, juntamente com a qualificada equipe de profissionais da Semed, a convicção e a coragem, em nome da educação da nossa gente, de enfrentar os desafios postos e já, apartir do ano que vem, apresentar resultados bem melhores do que temos alcançado até aqui. Por outro lado, numa democracia que se preza e em um meio de comunicação de boa conduta deve, naturalmente, ocorrer a ética profissional da escuta das opiniões envolvidas no debate que se realiza. Não foi o que ocorreu com o blog do Sr Adilson que, se quer, me procurou para ouvir minha versão sobre o assunto e, mais ainda, envolveu minha esposa sem qualquer razão para isto. Minha família nada tem haver com minhas ações no executivo. Teria prazer, inclusive, de conhecer pessoalmente o Sr Adilson ou algum dos escribas do seu blog. O resto é questão de quem se impõe como oposição. Entendo, porém, como diz Mário Sérgio Cortella, que somente uma oposição inteligente faz uma sociedade crescer, se desenvolver e que uma oposição burra, que vive de "jabá", ao contrário, emburrece a sociedade e as instituições. Estamos fazendo muito neste momento de crise e, se deixarem, faremos muito mais ainda. Não deixaremos pronto o mundo da educação, claro que não, mas o faremos bem melhor, como já fizemos antes. Mundo pronto? Não existe. Até porque, ao construir, outros vêm para desconstruir. Temos que trabalhar e lutar muito, política e economicamente.Moacir Feitosa-Sec. de Educação de São Luís.
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