E o deputado federal Aluísio Mendes (PTN) nem deixou a poeira baixar da insatisfação dos maranhenses com sua atuação, digamos antipática para com a classe trabalhadora e já foi empurrando a segunda tacada. Exatos quatro dias após ajudar a Câmara Federal a aprovar a traiçoeira Reforma Trabalhista que retira direitos importantes do trabalhador brasileiro, Mendes protagoniza um dos piores episódios contra a dignidade humana, no que está sendo chamado de “genocídio de Viana”, o ataque com requintes de crueldade a um grupo de índios Gamelas na localidade Bahias, em que pelo menos 13 pessoas foram cruelmente atingidas a armas de foro e branca, tendo algumas delas, seus membros mutilados.
O deputado é acusado de ter incitados o ódio de fazendeiros e da própria população vianense contra índios que ocupavam terras que estavam no alvo de domínio de grandes latifúndios da cidade, que resultou numa verdadeira carnificina, onde indígenas que lutam pelo direito à terra foram atacados de forma bárbara e covarde a bala, muitos sendo retalhados a golpes de facões por jagunços de fazendeiros, e que segundo denúncia das próprias vítimas, até mesmo com conivência da polícia local.
A prova da participação do parlamentar na tentativa de massacre, que teve repercussão até internacional, com direito a repúdio de Organismos defensores dos Direitos Humanos no Brasil e no mundo, está registrada em áudio de sua fala em uma emissora de rádio local, além de um vídeo que circula pelas redes sociais, em que Aluísio (“defensor” dos maranhenses na Câmara), desmoraliza os indígenas e defende uma atuação veemente contra os mesmos, em detrimento dos interesses de donos de grandes fortunas da região.
Cabe ressaltar, que de acordo com denúncia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o ataque truculento contra os indígenas já vinha sendo planejado há dias, em repetidas reuniões entre fazendeiros, políticos (parlamentar seria um deles) e até religiosos evangélicos que chamavam esses índios de “ladrões, bandidos e invasores de propriedades”.
Aluísio Mendes é um dos 14 deputados maranhenses da base de sustentação governista na Câmara que estão sendo repudiados pela população por terem votado no último dia 26 de abril favorável à Reforma Trabalhista que rouba direitos importantes dos trabalhadores. Além disso, tem apoiado os projetos imorais e devastadores de Michel Temer contra os mais pobres, no seu chamado “Pacote de Maldades” que oprime os menos favorecidos, violando seus direitos, reduzindo-os a um insignificante lixo da sociedade.
Este Aluísio Mendes também é o mesmo, que mesmo apoiando essas atrocidades contra a população mais carente (seja em Viana ou no Congresso), tem aparecido de cara dura na sua TV, apresentando a Maura Jorge, do seu partido PTN, como o nome ideal para governar o Maranhão a partir de 2019, por tanto uma das prováveis opções a serem emplacadas pelo grupo Sarney (do qual faz parte) para as eleições de 2018. E o que se pode esperar do futuro deste Estado? Façam suas apostas.
Aliás, a justificativa do parlamentar para seu apoio a barbárie em Viana, era de que as vítimas em questão não seriam índios. Quer dizer, agora a desculpa da opressão aos desprotegidos pela lei é só dizer que eles não pertencem a determinados grupos? Ou seja, não eram índios, eram bandidos, baixa o malho neles!!!! Daqui a pouco, por via dessa ideologia idiota vão sair por ai espalhando o ódio e o terror no meio social. Algo do tipo: Olha esse aqui parece que não é nem pobre, nem rico, então merece morrer. Esse outro, parece que não é gay, nem hétero, pode matar. É o cúmulo do absurdo o que estamos acompanhando.
Mais lamentável ainda é saber que o deputado, ao invés de estar lá no Congresso Federal defendendo, lutando por uma Reforma Agrária justa e urgente que beneficie a todos e ponha fim nessa guerra no campo (que tem matado indiscriminadamente pequenos agricultores e indígenas), parece que prefere mesmo é abusar do poder e da autoridade para apoiar e defender os interesses dos ricos latifundiários, nem que seja necessário para isso dizimar povos tradicionais do Estado.
Alguma coisa está errada! E o excelentíssimo deputado, que apesar de mineiro, se radicou no Maranhão, e pelo reconhecimento à sua atuação na área da segurança pública, foi eleito pelos maranhenses deputado federal, está devendo, além de uma boa explicação, um pedido de desculpas em público por sua atitude, no mínimo insana, cruel, selvagem que não condiz com o bom senso, não coopera com a ordem pública, muito menos atende às expectativas da nossa sociedade.
A repudiante atitude de Aluísio Mendes de apoiar e fomentar o “genocídio de Viana” e que, portanto, o expõe como co-partícipe no episódio brutal e covarde, é mais uma barbárie do parlamentar contra os direitos dos que já tem pouco direito ou àqueles que nem os têm.
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