CONTRA VONTADE POPULAR: PARA LIVRAR EDVALDO DO IMPEACHMENT TEVE ATÉ VEREADOR CULPANDO SÃO PEDRO PELO CAOS NA CIDADE

"Claro que iam rejeitar, o prefeito está fazendo uma ótima gestão, e os vereadores estão satisfeitos. Agora o povo que se vire. Cidade cheia de buracos, saúde não existe e educação falida", ironizou um cidadão num grupo de WhatsApp sobre a "vitória fabulosa" do prefeito Edivaldo na Câmara Municipal nesta segunda-feira (20/05).

Com o plenário (pela primeira vez nesta legislatura) completo com seus 31 membros, a Câmara de São Luís rejeitou um pedido de impeachment proposto por um conjunto de advogados contra o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), acusado de manter desde 2015, um contrato ilegal com a empresa prestadora de serviço de limpeza da cidade, a São Luís Ambiental. O detalhe: o Executivo firmou o contrato mesmo já havendo uma dívida de R$ 105 milhões por parte do município, e o contrato não teve o devido conhecimento da Câmara, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que foi entendido pelos juristas como ato de improbidade administrativa cometido pelo gestor do Município. 

No placar final: 25 vereadores mostram-se aliadíssimos do prefeito, e a tropa de choque do palácio La Ravardiere disse NÃO ao pedido; apenas 3 parlamentares disseram SIM (Marcial Lima/PRTB, Cézar Bombeiro/PSD e Estevão Aragão/PSDB, sendo estes os únicos favoráveis ao afastamento do gestor para investigação da referida denúncia; e 2 ficaram em cima do muro, e preferiram a abstenção (Chico Carvalho/PSL e Honorato Fernandes/PT), ambos também da base aliada governista. 

Confira abaixo a lista completa da votação.

Nos pobres argumentos dos parlamentares para defender o indefensável, um festival de asneiras e desculpas esfarrapadas de dar inveja à Praça É Nossa! (humorístico do SBT). Entre as pérola, a maioria se baseava no impeachment de Dilma Rousseff, retirada (alegavam) injustamente do cargo de presidente, gerando grandes prejuízos a nação. Mas teve dois bem hilários que merecem destaque: 

O vereador Francisco Chaguinhas (PP), pasmem, chegou ao ridículo de culpar São Pedro de responsabilidade pelo caos da buraqueira que toma conta vergonhosamente da capital do Maranhão, insinuando que seria impossível manter a cidade bem pavimentada com o volume de chuva deste inverno, isso só para livrar a cara do Edivaldo de um vexame. A insana oratória de Chaguinhas teve imediata e devida repreensão do seu colega Marcial Lima. 

E o Marquinhos (DEM), um dos mais duros críticos da gestão holandista, que diga-se de passagem há pouco tempo defendia com toda sua convicção o impeachment de Edivaldo, concordou com a denúncia dos advogados, porém saiu com conversa fiada (literalmente) pra boi dormir, apelando ao prefeito que "colocasse a cabeça no seu travesseiro e repensasse no que estava fazendo para a cidade". Essa é pra rir até 2020, quando haverá nova eleição e o eleitor inteligente (insatisfeito com a gestão pedetista e a cumplicidade do colegiado) terá tempo suficiente para colocar a cabeça no travesseiro e analisar direitinho os comediantes que mandaram para lhes representar na Câmara.

Agora dizem nos bastidores que o preço da salvação do prefeito Edivaldo na Câmara foi pago com a garantia, ou promessa ou a liberação das emendas parlamentares pelo Executivo, algo em torno de R$ 1 milhão para cada vereador. Aí como se sabe que as emendas parlamentares são usadas como troca de moeda, no famoso "toma lá, dá cá" entre os dois poderes Executivo e Legislativo, os vereadores que apoiam ou fingem não apoiar o prefeito votam favoravelmente a ele e levam a sua. Já os que não se vendem ficarão com as mãos abanando a ver navios.

Contra a vontade popular, o prefeito Edivaldo Holanda Jr (ao menos neste pedido de afastamento, dizem que há outros 11 na Câmara) reina soberano, livre, leve e solto, sorrindo da desgraça vivida pela população, enquanto a cidade segue nas trilhas do caos, e cada vez mais de mal a pior, fruto de sua pífia administração.

Agora veja como votaram os vereadores:

SIM - Favoráveis ao impeachment do prefeito Edivaldo

Marcial Lima (PRTB)

Cézar Bombeiro (PSD)

Estevão Aragão (PSDB)

NÃO - Contrários ao impeachment e livraram o Edivaldo

Isaías Pereirinha (PSL)

Silvino Abreu (PRTB)

Fátima Araújo (PCdoB)

Afonso Manoel (PRP)

Concita Pinto (PATRIOTA)

Astro Ogum (PR)

Edison Gaguinho (PHS)

Josué Pinheiro (PSDB)

Sá Marques (PHS)

Gutemberg Araújo (PRTB)

Raimundo Penha (PDT)

Paulo Victor (PTC) 

Marcelo Poeta (PCdoB)

Antonio Garcês (PTC)

Aldir Junior (PR)

Ricardo Diniz (PRTB)

Bárbara Soeiro (PSC)

Marquinhos (DEM)

Nato Junior (PP)

Pavão Filho (PDT)

Genival Alves (PRTB)

Joãozinho Freitas (PTB)

Umbelino Junior (PPS)

Francisco Chaguinhas (PP)

Beto Castro (Avante)

Abstenções

Honorato Fernandes (PT)

Chico Carvalho (PSL)