É lamentável que novamente o blog do Adilson Carlos tenha que expor o desrespeito e a maneira humilhante e desprezível com que a Maxtec e a prefeitura de São Luís tem tratado os profissionais que prestam serviço de limpeza e higienização nos hospitais da rede municipal, com relação ao atraso sistemático de todos os meses no pagamento dos salários dos trabalhadores. Mais uma vez [pra variar] recebemos a mesma denúncia, de que a terceirizada, com a cumplicidade da gestão municipal, continua negando o direito deles, enquanto endurece as suas obrigações, e ainda mentem os assédios dentro dos locais de trabalho., onde chegam ao cúmulo de dar falta injustamente. Pior, tudo acontecendo bem longe dos olhares dos fiscalizadores legais, como a Justiça, Delegacia e Ministério Público do Trabalho, bem como a própria Câmara de vereadores.
Segundo os denunciantes que preferem o anonimato por medo de represália, o pagamento deveria ser ter sido efetuado no dia 5 de setembro, mas até o momento, chegando-se ao final do mês, o dinheiro não sai, e a empresa sequer dá uma previsão de quando cumprirá com a sua obrigação. O problema tem levado os trabalhadores a prejuízos que vão de financeiros a psicológicos, muitos deles vivem doentes, em meio às pressões sofridas para executarem trabalhos forçados, e ainda manter-se calados.
Com contas atrasadas e sem dinheiro até para colocar comida na mesa, muitos deles já se obrigam a pedir demissão.
A justificativa para o atraso salarial tem sido dado pelo Sindicato da classe, de que a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde [Semus] não paga a Maxtec há seis meses, e o débito é milionário. Assim a terceirizada tem jogado a conta nos pobres coitados.
Os funcionários também reclamam das péssimas condições de trabalho que lhes são oferecidas, e se sentem abandonados pelos órgãos e entidades de fiscalizadores.
Suspeito de cumplicidade com as irregularidades da Maxtec, o Sindicato classista já informa que tem marcada uma reunião com a terceirizada e a prefeitura, e ameaça promover uma paralização no dia 27, caso nada seja resolvido.
Abaixo os relatos de cinco trabalhadores que procuraram o blog do Adilson Carlos sobre o perrengue que eles estão passando nesse verdadeiro sacrifício, e ao final o anúncio do sindicato sobre a possiblidade de uma greve na próxima semana.
SALÁRIO ATRASADO
Trabalhador 1:"19/ 09 [dia desta mensagem] estamos passando por mais um mês de humilhação com salário atrasado".
Trabalhador 2: "Até agora ainda não recebemos dinheiro e ninguém da empresa fala nada pra nós funcionários".
Trabalhador 3: "É uma falta de respeito da Maxtec com esses trabalhadores que aguarda o seu pagamento desde o dia 5 e até agora ainda não recebemos. Isso já tá ficando chato, todo mês pra pagarem os colaboradores e preciso fazerem greve, sem contar que não dão uma satisfação. Nós trabalhamos por que precisamos. Cartão de crédito não espera, aluguel também não, por favor interceda pela gente".
Trabalhador 4:"Dinheiro pra pagar cantores o prefeito teve, enquanto a gente passa fome e com contas atrasadas".
DESESPERO
"A nossa situação é de desespero, porque a gente trabalha o mês inteiro, num trabalho pesado, numa cobrança miserável, sofrendo humilhações nos nossos postos de trabalho pelos encarregados e por funcionários dos hospitais, daí quando chega no dia de receber nosso dinheiro, eles não pagam. É um desrespeito muito grande, quer dizer, temos nossas contas a pagar, temos nossos filhos, nossas famílias pra sustentar, botar comida na mesa, temos nossos compromissos", lamenta o trabalhador 5.
CONDIÇÕES DE TRABALHO
"Nossas condições de trabalho está complicado. O pessoal tem botas em péssimo estado de uso, o fardamento está pior, pode ir nas unidades que vão ver como os colaboradores trabalham em condições precárias", revela o trabalhador 1.
"As botas tudo rasgada, entrando água, essa água contaminada, nojenta. Que eu peguei foi uma frieira que quase não fico boa", acrescenta o trabalhador 2.
FALTAS
"Eles dão falta sem a gente ter faltado e descontam até os segundos que você chega atrasado, não tem tolerância, não", frisa o trabalhador 1.
FISCALIZAÇÃO
"A gente queria que os fiscalizadores legais tomassem conhecimento disso que nós tamos passando. Delegacia do trabalho, Ministério Público, vereadores, porque é grande desrespeito da Maxtec e da prefeitura, são irresponsáveis, porque os trabalhadores tão passando necessidade, nossos filhos passando fome, sendo que nós trabalhamos dignamente. Será que ninguém ver isso?", desabafa o trabalhador 5.
"E agora até o pessoal do sindicato que era pra tá por nós, parece que foram comprados, porque não estão mais resolvendo nada pela gente", comenta o trabalhador 3, que acrescenta:
"A Maxtec em risco de perder o contrato da prefeitura fica com medo de não conseguir renovar, aí fica cobrando de funcionários, atrasa o salário e não cobra o prefeito. Só sabe dar pressão em nós funcionários".
DEMISSÕES
"Um monte de gente tá pedindo demissão porque não aguenta mais, não tem dinheiro e mesmo assim é obrigado a trabalhar", afirma o trabalhador 2.
DOENTE
"Eu fiquei foi doente, minha saúde mental abalada, doente mesmo com esse serviço. Trabalhei numa unidade onde a encarregada constrangia a gente, humilhava, e além disso, por ela ser amiga da diretora e parente de um amigo da diretora da unidade, fizeram a transferência de pessoas que comunicaram a empresa sobre o tratamento, porque a gente tinha que aceitar tudo, trabalhar sendo humilhados e calados", acrescenta o trabalhador 2.
PARALIZAÇÃO
Diante da grave situação o Sindicato da classe, está ameaçando uma paralização para o dia 27 de setembro. A greve pode acontecer caso as partes não chegue a um denominador comum, em uma reunião marcada para a próxima segunda-feira, dia 26, conforme afirma um sindicalista em áudio enviado ao blog.
"A gente já apertou a empresa de tudo que foi jeito, eles não tem dinheiro pra pagar a folha de pagamento, alegam que tem seis meses na Semus pra receber, e eles precisam que eles paguem porque eles não tem mais de onde tirar. A gente pediu uma mediação no Ministério do Trabalho, mas ainda não se manifestou, a gente pediu uma reunião com a Semus e a empresa juntos, e o gabinete do prefeito pra segunda-feira, dia 26, e a gente tá esperando confirmação. Se caso essa reunião não aconteça e não se chegar a um denominador, dia 27 a gente vai parar vocês, fazer greve[...] Vai depender de vocês", afirma o sindicalista identificado como Maxuel.
ENQUANTO ISSO...
Vale lembrar que o prefeito Eduardo Briade, investindo pesado na ânsia de eleger o irmão deputado, tem sido bastante generoso com artistas [nada contra isso] para a realização de eventos culturais nos bairros periféricos da capital em meio a campanha política. Pagou uma fortuna a nomes da música nacional, e até internacional, nas comemorações em alusão ao aniversário de São Luís, ocorrido no último dia 8 de setembro. Porém, lamentavelmente ignora que pais e mães de família que trabalham duro na estrutura de sua gestão passem necessidade e fome, e vivam até doentes, por terem seus direitos trabalhistas usurpados, pois o prefeito, autoridade maior do município, vem se mostrando insensível com a causa da categoria, o que tem gerado repercussão negativa à sua administração. Nem assim tem tomado as devidas providências.
É no mínimo irresponsável. Um absurdo.
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A empresa deveria ter o tal caixa reserva para pagar aos funcionários, qd a Maxtec assinou o contrato deve ter provado que havia dinheiro para pagar aos colaboradores em caso de atrasos no pagamento por parte da contratante. Seria interessante se o dono do blog consultasse o portal da transparência para saber qd foi o último repasse da prefeitura para a empresa. Não estou defendendo a prefeitura, pelo contrário sou uma crítica ferrenha do prefeito, mas é preciso que se coloque as coisas nos seus devidos lugares. Ninguém é ingênuo nessa história, a Maxtec já desrespeita esses trabalhadores há bastante tempo, não só esses, mas os porteiros das escolas municipais. Uma alternativa seria a prefeitura não renovar mais o contrato com a empresa, e colocar outra empresa no lugar, a Clasi, por exemplo, que não recebe em dua da administração, porem os funcionários não reclamam de atrasos salariais ou então contratá-los de forma direta via seletivo.
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