José Carlos tinha 68 anos e faleceu na madrugada do dia 16 de março na UPA do Araçagy, tendo como causa DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE; MORTE A ESCLARECER - AGUARDA EXAMES. Ele havia dado entrada no início da noite de terça-feira [14/04], ficando internado na mesma após apresentar alguns sintomas semelhantes aos do novo coronavírus [a covid 19].
Membro ativo da igreja evangélica Assembléia de Deus, servindo a obra no Anjo da Guarda, bairro onde morava há quase 40 anos, deixa a esposa, cinco filhos, netos e bisnetos, e muita saudade nos seus irmãos e irmãs de sangue e na fé, além de amigos e amigas espalhados por São Luís e em diversas cidades do Maranhão, por onde percorria a trabalho antes da pandemia, pois desde o surto passou a seguir as orientações de isolamento social, ficando em casa, o que infelizmente não foi suficiente para evitar um ataque rápido e arrebatador de uma doença ainda sob investigação.
Descanse em paz meu irmão querido, amigo e pai. Deixas uma lacuna enorme no seio da sua grande família. Resta-nos a dor da saudade, que será amenizada com o tempo pelas boas lembranças que você nos proporcionou.
CASO PODE SERVIR DE ALERTA
Na luta dos familiares para salvar a vida de José Carlos, nesta época de pandemia, e em meio a saúde pública vivendo um verdadeiro colapso, leva-nos a suspeitar de que esteja havendo negligências em procedimentos a paciente com suspeita ou confirmado de contágio com a covid 19, o que pode inclusive, estar facilitando a letalidade destes, a começar pelos primeiros socorros.
Demora no Atendimento
Nas redes sociais são muitas as denúncias sobre a demora na chegada do atendimento na casa do paciente. Foi que aconteceu no caso de José Carlos. Conforme relato dos familiares, a solicitação por meio do numero 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência [SAMU] ocorreu logo após o almoço, quando era avisado a operadores da plataforma que ele tinha cada vez mais dificuldades para respirar, porém a ambulância só chegou na residência, no bairro Anjo da Guarda, por volta das 17 horas, ou seja, ele levou cerca de cinco horas para receber os primeiros socorros.
Apesar da existência de uma [UPA] na área Itaqui-Bacanga, que também faz testagem, o paciente foi levado para a UPA do Araçagy, localizada na MA 203, município de São José de Ribamar, sob a alegação de que as unidades mais próximas estariam todas lotadas.
Falta de acompanhante
Na internação, a falta de acompanhante pode ser um grande vilão que vem antecipando a morte de pessoas acometidos pela doença dentro das UPAs especializadas da capital. O acompanhante atua como uma espécie de auxiliar dos profissionais da saúde, acionando enfermeiros e médicos assim que alguma anormalidade é observada, especialmente a noite, e em se tratando de quem sofre com problemas respiratórios. Em época de pandemia porém, não é mais permitido a presença de familiar dentro das enfermarias, ficando o paciente sob inteira responsabilidade do hospital [representado pelo Estado].
Mortes na madrugada e na UPA do Araçagy: Negligência ou mera coincidência?
Será mera coincidência ou a maioria das mortes por coronavírus em São Luís nessas internações esteja ocorrendo durante a madrugada? Consta no documento de óbito emitido pela Upa do Araçagy que José Carlos, por exemplo, faleceu às 02:17. O blog recebeu informação que outra paciente identificada como Alda Castro morreu no mesmo local na MADRUGADA de sábado [18/04]. Soma-se ainda os dois servidores do Socorrão I [um homem e uma mulher, esta última que também trabalhava na UPA do Vinhais], bem como o funcionário do Socorrão II, Sérgio Henrique Saraiva, que segundo amplamente noticiado pela imprensa local, morreram durante a MADRUGADA. O que estará acontecendo?
Sem querer criar caso, e longe de teorias conspiratórias, é importante observar que neste momento as casas de saúde trabalham com metade ou menos da metade do seu pessoal, visto que uma grande parte dos servidores foi afastada do serviço por estar em grupos de risco. Sem novas contratações pelo governo, poucos funcionários para uma demanda assustadora [profissionais saturados pelo trabalho dobrado como está ocorrendo], poucos respiradores [e nem se sabe como funciona isto], questiona-se: em casos que o paciente com problemas respiratórios [sofrendo com falta de ar], sem a atenção devida e com a ausência do acompanhante para acionar imediatamente um profissional da saúde, este não irá imediatamente a óbito por sufocamento?
Isto poderia justificar o caso de José Carlos dos Santos, que faleceu [repete-se: às 02:17], portanto, num horário em que naturalmente profissionais plantonistas cansados [repete-se: pelo trabalho dobrado] são tomados pela sonolência e não acompanham corretamente o doente.
Até que provem o contrário, atos de negligência como estes podem estar acelerando os números de morte por covid 19 e até mesmo matando mais que a doença em si.
Aliás, estranhamente QUATRO UPAs: Araçagi, Itaqui-Bacanga, Vinhais e Cidade Operária estão autorizadas pela Secretaria de Estado da Saúde para anteder pacientes com suspeita de covid 19, porém a maioria é levada para a UPA do Araçagy, onde também tem registrado o maior número dos óbitos. Normal ou tem algo muito estranho no ar, além do vírus?
Será se algum órgão competente se habilitaria a investigar essas coisas estranhas para dar uma resposta a sociedade, especialmente aos familiares que podem estar perdendo seus ente-queridos nos hospitais públicos por mero descuido do Estado? Afinal neste momento, não se sabe com quais intenções, mas parece ser mais interessante às autoridades as estatísticas com altos números do que realmente salvar vidas.
O Governador acabou de falar que o hospital da mulher está disponível com várias UTIs disponíveis e há leitos nas UPAs citadas neste blog, isso dá ênfase às dúvidas de Adilson Carlos.
ResponderExcluirÉ muito sério. Antes a saúde já era um causo e agora ta virando um verdadeiro pesadelo infelizmente
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