DENÚNCIA DE DESCASO NO SOCORRÃO II DE SÃO LUÍS: NA GUERRA CONTRA O CORONAVÍRUS SERVIDORES LUTAM DESARMADOS

Na guerra contra o coronavírus em São Luís, servidores do Hospital Municipal Dr. Clementino Moura, o Socorrão II lutam desarmados, ou seja, completamente expostos a contaminação pela a covid 19. Funcionários denunciam que trabalham em condições precárias, insalubre, longe da atenção da Secretaria Municipal de Saúde. O descaso está instalado no segundo principal hospital de urgência e emergência do Maranhão.

Nem a morte recente de um funcionário contaminado pela doença parece preocupar o secretário Lula Fylho. Segundo denúncia anônima, entre as irregularidades, faltam máscaras, EPIs e respeito aos trabalhadores. Também foi montada uma estrutura na entrada do hospital [imagem a cima] onde seriam feitas aferições de temperatura corporal dos funcionários, só que o serviço nunca funcionou porque falta aparelho para o procedimento.

"Há cerca de 20 dias colocaram uma tenda na entrada que era para medir a temperatura corporal dos funcionários, mas não tem aparelho para fazer o procedimento de prevenção, como já acontece no Socorrão I. O hospital tá sem material, falta de máscaras. Eles estão dando duas máscaras apenas para os funcionários passarem o dia todo, quando na verdade uma máscara num local desse deveria ser trocada no máximo a cada três horas de uso. Há poucos dias morreu o Serginho, que trabalhava no setor de raío X, e tem muitos funcionários afastados com suspeita de covid 19, entre porteiros, maqueiros, técnicos, enfermeiros, mas o secretário de saúde não tá preocupado com a vida dos profissionais que trabalham sem a proteção necessária, correndo o risco de se contaminar", denuncia o familiar de um funcionário que preferiu o anonimato por medo de represália, mas afirma que o pânico é geral do hospital.

O perigo se estende aos lavadores de roupa e demais setores, como o da cozinha e até o administrativo, que trabalham sem EPIs. Sem falar que eles ganham um extra de apenas R$ 700 reais para executarem um trabalho de alto risco de contágio.

"Além da falta de máscaras, tem poucos protetores faciais e óculos aos funcionários da lavanderia. E a humilhação de máscara continua, a migalha na distribuição aos funcionários do turno manhã e da noite ( plantonistas). 
O setor mais crítico é do recolhimento de roupa, onde o pessoal ganha míseros extra R$ 700 reais,  o mesmo valor também é pago ao pessoal da cozinha, portaria, do administrativo, mas a diretoria e Semus não falam em elevar pra R$ 1.000 reais, como já é pago aos maqueiros, uma forma justa de valorizar um pouco mais esses trabalhadores que fazem um serviço de alto risco de contaminação", relata o denunciante que ainda cobra explicações do secretário Lula Fylho.

"O secretário deveria dar uma explicação pra esses absurdos que estão acontecendo nesse hospital de grande importância que atende todo o Maranhão, ele não valoriza essas pessoas, que trabalham em situação humilhante", finaliza.

O secretário Lula Fylho parece ignorar o fato de que, colocando seus soldados desarmados nessa guerra, o inimigo invisível vai derrubá-los com facilidade.