quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

DESRESPEITO: DONOS DE BANCAS DE REVISTAS DA DEODORO AMARGAM PREJUÍZOS EM LOCAL ONDE FORAM JOGADOS PELA PREFEITURA

Tremendo desrespeito é o que a Prefeitura de São Luís está tendo com os proprietários de bancas de revista da praça Deodoro, Centro da cidade, removidos recentemente por conta da reforma executada pelo IPHAN.

O problema é que esse pessoal que dali tirava seu sustento foi deslocado para a Rua do Outeiro e jogado pela prefeitura em cima da calçada na lateral do IEMA, antigo Colégio Marista. Além de se tratar de um local deserto, a falta de uma estrutura decente, falta de segurança, e principalmente a falta de clientes tem tirado o sossego desses trabalhadores que agora estão contabilizando somente prejuízos.

"Desde que viemos pra cá eu ainda não vendi nada porque não tem movimento, quem passa por aqui não tem a intenção de comprar nossos produtos, então só temos prejuízos, e aqui não temos nem segurança, estamos abandonados", lamenta-se uma vendedora.

"A nossa situação financeira não está das melhores. A gente tem um custo diário, a gente tem funcionários a ser pagos, conta de energia, tem os boletos que não pararam de chegar e até agora não vimos nada do que nos foi prometido pela prefeitura pra nossa vinda pra cá", afirma Rômulo, outro prejudicado.



De acordo com o proprietário, para convencê-los a ficar no local, sem grandes questionamentos, a prefeitura prometeu até alteração no trânsito, o que traria movimento para os negócios, porém a promessa não foi cumprida. "Eles nos prometeram que haveria a mudança de tráfego dos ônibus, que iriam estar descendo aqui no sentido contrário do que é hoje, só que até agora não houve essa mudança, até agora a gente ainda não viu essa solução", revela.



Pra se ter uma ideia do absurdo, essa rua que serve de estacionamento para carros, com a chegada das bancas, a calçada ficou muito estreita, atrapalhando a passagem dos pedestres, que são agora obrigados a se roçar nos veículos estacionados ou mesmo cair num bueiro aberto em cima da calçada, que sequer foi corrigido pela prefeitura para adequar as bancas. Além dos prejuízos, os micro-empresários ainda se veem obrigados a fazer o tapa-buraco, que seria obrigação do município.


"Tinha um buraco aqui em frente onde eles colocaram a minha banca, e eu tive que pagar para arrumarem porque a prefeitura deveria ter entregue com as devidas condições, mas só fizeram a limpeza e não arrumaram a estrutura. Em relação ao espaço, é muito estreito, é limitado também, a gente às vezes até atrapalha os outros trabalhadores, os próprios vigias de carros e a passagem dos pedestres também", relata Rômulo.


O pior é que como a obra da Praça Deodoro não tem prazo pra ser entregue, esses profissionais também não sabem até quando enfrentarão o problema, e quem vai pagar seus prejuízos.

"Não se sabe quando vão entregar essa obra. Uns dizem que daqui a três meses, outros que é quatro meses, cinco meses, não temos uma data certa. Agora a nossa preocupação é que a gente tá aqui somente com prejuízos e não sabemos quem vai nos ajudar. A prefeitura? O Iphan, já que ele é que é órgão principal que faz as obras? Será se eles vão nos ajudar financeiramente? Vão nos dar uma ajuda de custo? 
Quero deixar claro que não somos contra a reforma na praça, porém que houvesse um logística melhor estruturada para que houvesse essa remoção com as devidas garantias e respeito a nós trabalhadores", desabafa o dono de banca.

E essa é a triste realidade daqueles que defendiam o sustento de suas famílias vendendo revistas e jornais na praça Deodoro, mas tiveram que sair de lá com a promessa de retornarem após a reforma que só Deus sabe quando acabará, e estão sem perspectivas. Eles cumprem com suas obrigações, mas hoje, abandonados nesse local, sentem-se ignorados, humilhados, desrespeitados pela prefeitura de São Luís, que os obriga a permanecer num ambiente sem as minímas condições estruturais e de segurança para o desenvolvimento de suas atividades. E pior, sendo ludibriados com promessas ilusórias advindas da gestão municipal. 





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