domingo, 24 de maio de 2020

A SEMANA DO PRESIDENTE: DA TUABAÍNA AO CELULAR



O presidente Jair Bolsonaro [sem partido] começa a semana implorando aos ministros do STF que não vejam o tal vídeo da reunião ministerial, em que o seu ex-ministro da Justiça Sérgio Moro delatou ter a prova do  plano para tirar da Policia Federal quem, por ventura, pudesse mexer com os seus santos filhos. O presidente alega que no vídeo tem palavrões, de arrepiar cabelo. Mesmo assim os magistrados decidem assistir tudo e descobrem que a "cagada" não foi lá essas coisas, mas deu pra aproveitar alguma "merda".

Lula: "ainda bem que a natureza... criou esse monstro chamado coronavírus"/ Bolsonaro: "direita toma cloroquina e esquerda toma tubaina"

Terça-feira - O presidente Jair Bolsonaro não quis ficar atrás de Lula em matéria de idiotice. Se não bastasse o ex-presidente enaltecendo a existência do coronavírus, em meio aos quase 20 mil cadáveres de mortos por covid 19, Bolsonaro solta a sua piadinha, que só ele acha graça: "direita toma cloroquina e esquerda toma tubaina". Isso deu pras mangas, pois o termo tubaína, entendido pelos mais ingênuos como sendo um refrigerante, pode ter sindo uma referência do Capitão a um método de tortura da época da ditadura militar, regime que muito inspira Bolsonaro. 

Na entrada o entusiasmo/Na saída decepção

Quarta-feira - Para abafar a repercussão da tubaina, o presidente Bolsonaro liquida Regina Duarte da Secretária Especial de Cultura, dizem que obedecendo a ordem do "presidentinho" Carlos Bolsonaro, que já vinha fritando a atriz no cargo há muito tempo. Casamento acabado, Bolsonaro grava vídeo ao lado da ex[ministra], e os dois, entre sorrisos amarelos, afirmam que foi tudo cordial, com separação de bens, claro. A "Rainha da Sucata" ganha, como prêmio de consolação a Cienamteca em São Paulo. 

A ex-global, mesmo com pouco tempo de gestão, já vinha dando sinais de desgaste no cargo, alegando falta de espaço e apoio, Bolsonaro, por sua vez, com toda sua "delicadeza" vinha criticando Regina, por sua estada frequente em São Paulo, e não em Brasília, do lado dele. 

Reunião remota do presidente Bolsonaro com os governadores 

Quinta-feira -
 o presidente Jair Bolsonaro se reúne virtualmente com os governadores, e presencialmente com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia [DEM] e do senado, Davi Alcolumbre [DEM], que tornaram-se inimigos do Capitão na guerra pelo poder. Detalhe: Bolsonaro aparece posicionado entre os dois, na cabeceira da mesa. Subliminarmente, a imagem pode ter tido a intenção de remeter ao espectador a passagem da Bília, em que Jesus está na cruz, entre os dois ladrões. 

No detalhe: Rodrigo Maia evita com a mão a tentativa de aproximação física com Bolsonaro: sai pra lá.../imagem da internet

A reunião articulada por Maia e Alcolumbre, chamada de "unidade nacional" pode ter sido um sinal de trégua na guerra entre os dois poderes, dentro dos interesses dos dois mandatários do Congresso Nacional, mas também teria um objetivo especial: atender revindicações dos chefes de estados [aliados ao congresso], entre elas o congelamento de salários dos servidores públicos e a liberação de mais dinheiro para combater a pandemia de covid 19 nos Estados, municípios e no Distrito Federal. 
E dizem que houve um acordo estabelecido previamente entre Planalto, Congresso e Governadores, que ninguém tratasse nada sobre alguns temas, entre eles, "cloroquia", e o protocolo foi respeitado na reunião, e ao fim todos saíram felizes, com a garantia que o dinheiro cairá nos cofres: a bagatela de até R$ 125 bilhões. 
Reunião ministerial da confusão

Sexta-feira - o bicho pegou pra cima do presidente Jair Bolsonaro. O STF decide jogar a "merda" no ventilador e divulga o vídeo da reunião ministerial. Palavrões nem foi a novidade, mas Bolsonaro conseguiu deixar furiosos especialmente os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro. João Dória foi carinhosamente chamando de "Bosta" pelo Capitão e Wilson Witizel de "Estrume". Mas sobrou mesmo foi para três ministros: do Meio Ambiente, Diretos Humanos e Educação, respectivamente. Ricardo Sales propõe que governo se aproveite da pandemia do coronavírus para fazer uma "baciada" de mudanças nas regras ligadas à proteção ambiental, visando agradar países aliados. Damares Alves querendo prisão de governadores. Mas o pior foi a audácia de Abraham Weintraub, que chamou todo mundo de bandido, e defendendo prisão até para os ministros do STF, o que caiu como uma bomba no Supremo, aumentando o medo dos magistrados, e poderá até custar a cabeça do ministro da Educação. 
Aliás, os posicionamentos, no mínimo insanos, especialmente de Dameres e Weintraub, lembra outra  passagem bíblica, de quando Jesus vai ser entregue aos carrascos, e Pedro saca sua espada e corta a orelha de um sacerdote, só pra fazer média ao mestre. Claro, longe de Bolsonaro as comparações bíblicas aqui apontadas, mas os dois discípulos estavam numa ânsia só mostrar serviço ao patrão, ou seja, ao Capitão.

Enfim, ainda na sexta-feira, pressionado pela Justiça para entregar seu aparelho celular aos ministros do STF, Bolsonaro manda recado a Celso de Melo, que analisa o vídeo, que o celular dele "ninguém vai pegar".

Será se conseguirão tomar o celular do "Mito"? 

É o que veremos nos próximos capítulos dessa novelinha... que pelo andar da carruagem vai acabar dando é final feliz a Bolsonaro.

 

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