07 de novembro é comemorado o segunda dia do radialista do ano, o primeiro é 21 de setembro que foi alterado por Lula, mas nunca caiu nas graças do profissional brasileiro. E eu, nos meus 20 anos dedicados ao rádio confesso que nunca tinha visto tamanha aberração: uma rádio funcionando dentro da concorrente. Eu explico.
A direção da rádio Difusora AM, do suplente de senador Edson Lobão Filho (PMDB) anunciou recentemente uma parceria com a rádio Capital AM de São Luís, de propriedade do também senador Roberto Rocha (PSDB), fora do ar desde o dia 24 de outubro, quando teve os seus transmissores invadidos e destruídos por vândalos, e poderá até não mais retornar com sua programação por pura falta de interesse de seus administradores, que parece pouco ligar pra isso. A união solidária divulgada publicamente pelos dois diretores seria uma solução, em que a emissora do peemedebista resgataria da ociosidade os funcionários da rádio do tucano, oferecendo-lhes uma hora na sua programação diária, das 17h às 18h, de segunda a sexta, com possibilidade de serem explorados outros horários nos fins de semana.
Na prática, a emissora da Camboa deve agraciar apenas um arrendatário da rádio do Marcus Center, que não é funcionário, uma vez que são funcionários apenas os operadores. Ou seja, um único apresentador, que deverá levar o seu respectivo programa, e quem sabe até um operador. E o resto? Se a proposta seria manter a programação e os conteúdos da 1180 no ar dentro da 680!
Situação pitoresca diante da problemática, senão vejamos:
A rádio de Roberto Rocha não tem uma programação própria, todos os programas são terceirizados por seus respectivos apresentadores; há um ano e um mês não paga seus seis (06) funcionários (operadores de áudio), alem dos encargos trabalhistas que são sonegados ao longo do tempo. Pra se ter uma ideia da gravidade, cada funcionário desses tem cinco ou seis férias vencidas e o FGTS recolhido dos salários deles não é depositado há 12 anos.
Em total despeito, os proprietários sequer falam em quitação do débito, fogem dos funcionários como o diabo foge da cruz; não dão satisfação aos mesmos, muito menos resposta alguma se vão pagá-los ou se os trabalhadores precisarão entrar na justiça para receber seus salários. E pra piorar, há um grande temor que o senador utilize o ocorrido no transmissor como desculpa para liquidação da emissora, e um calote iminente paira sobre a cabeça dos pobres e desamparados funcionários, que mesmo assim, ainda esperam sentados que os donatários os chamem para uma conversa conciliadora, antes que possam decidir buscar seus direitos por via judicial e até acionar a imprensa, inclusive a nacional para dar repercussão ao caso.
Como diriam os PSTUs: Seria cômico se não fosse trágico!
Bom, fora o ataque, digno de todo repúdio, uma parceria desta natureza, da forma que está sendo planejada, não tem cabimento dentro de um contexto ético, profissionalmente falando. Falam em vanguarda, mas na realidade esse sinistro é o cúmulo do absurdo como nunca se viu na história do veículo rádio. É no mínimo fruto de mentalidades amadorísticas, de quem não entende “patavinas” do barco que está tocando. É uma aberração para a comunicação maranhense.
Aliás, esse acordo tem aspecto de conchavo político entre os dois senadores, ou meramente um “esquema” entre os administradores das duas estações com finalidade econômica e financeira.
Esta “cruzeta” é imoral, pois caracteriza-se num atentado violento contra os direitos, a honra e a dignidade dos trabalhadores, que, sem salários e com pires na mão, devendo Deus e o mundo, comem o pão que o diabo amassou, e também merece o repúdio de todos.
Na real, a tal parceria solidária entre a combalida Difusora de Lobão e a semi-falida Capital de Rocha tem cheiro de marmelada, que se associa a patuscada do Lula de tentar transferir o histórico dia do radialista do mês das árvores e das flores para o mês dos finados.
E a culpa é de quem?
Em tempo, a polícia do Maranhão deve estar realizando uma melindrosa investigação sobre o estranho ataque aos transmissores da rádio Capital, e o governo do Estado tem o dever moral de informar a sociedade maranhense e brasileira sobre os reais motivos daquela ação de vandalismo, bem como identificar seus verdadeiros culpados, pois até agora nada foi explicado. O caso continua envolto em mistérios, e por isso mesmo sua culpabilidade tem sido sistematicamente atribuída pelos próprios donos das emissoras em questão aos comunistas. Se nada for apresentado, a suspeita prevalecerá.
Agora, cá pra nós, uma fonte revelou ao blog que, se a polícia desvendar de fato o que pode estar por trás dessa história, vai haver uma reviravolta no caso e vai ter até gente que sumirá do mapa do Maranhão. Seráááááá????
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