segunda-feira, 26 de outubro de 2015

RESSURREIÇÃO DO MAC: DIRETORIA PRECISA MUDAR DE CONCEPÇÃO

Não era pra ter caído, mas como dizem: os fortes também tropeçam e até caem, mas não ficam no chão por muito tempo. Logo levantam-se, sacodem a poeira e dão a volta por cima, continuando seu trajeto, e nunca desistem de lutar por novas conquistas. Me refiro ao glorioso Maranhão Atlético Clube (MAC), rebaixado e logo reerguido.

O Macão machão da Ilha, o Demolidor de cartazes, o famoso Bode Gregório, que por ironia do destino ficou nesta temporada de 2015 fora da elite do futebol maranhense, um marco na sua história, já está de volta à Primeira Divisão do Estado. O retorno foi consolidado neste domingo (25/10) com a vitória em cima do Marília de Imperatriz por 2 a 0, jogo que também lhe rendeu o título de Campeão da Segunda Divisão ou Segundinha (como ficou conhecida) para onde havia caído ano passado.

Uma pena que o MAC, um time fantástico, marcado por tantas glórias e histórias, o mais regular de todas as agremiações locais (principalmente na questão financeira) tenha regredido tanto, a ponto de deixar por um ano seus torcedores (um número relativamente menor é verdade em relação a seus principais adversários Sampaio e Moto, mas fies seguidores) com a amarga sensação de pela primeira vez na história não poder disputar o título pelo estadual principal.

O quadricolor Maranhense que já foi *13 vezes campão estadual, o mesmo número de participações em brasileiros, ficou conhecido como "Demolidor de Cartazes" pelo fato de se tornar uma espécie de vingador aos clubes de fora. Conta a história que times como Santa Cruz de Recife, Tuna Luso do Pará, Bota Fogo do Piauí e seleção do Pará vieram ao Maranhão e venceram Moto e Sampaio. Porém em jogos posteriores o MAC derrotou todos eles, recuperando a autoestima do Estado no futebol, detalhes eternizados e rememorados quantas vezes for preciso pelos maqueanos.

Me lembro que passei a torcer pelo MAC, ainda bem garoto em 1989, quando ali começava meu interesse por futebol ao ouvir o assunto pelo rádio. Não foi um bom começo, é verdade, pois nesse ano apenas vi o título escapar-lhe pelos dedos para o Moto, mas posteriormente seria triplamente recompensado. Em 1995, tive a imensa felicidade de ver o time que escolhi pra torcer se consagrar tricampeão, e ainda provaria desse sabor de vitória em 99 e 2007. Títulos, parece pouco, mas gratificante para o torcedor que honra a camisa de um dos clubes mais tradicionais do estado.

Infelizmente uma fase ruim conduziu o time do parque Valério Monteiro a provar da segunda divisão, que bom que por pouco tempo. E o Demolidor de Cartazes está de volta para alegria de todos os fanáticos maqueanos. Ainda bem que no próximo ano voltaremos a ter os grandes jogos com os tês maiores times do Estado, disputando em grandes lance e ponto a ponto para avançar na tabela; os tradicionais clássicos MAREMOTO e SAMARÁ abrilhantando o nosso estadual. E se espera que o pós-ressurreição também sirva de reflexão dos cartolas para uma maior disponibilidade do time, não só para as disputas locais, como para as competições nacionais e regionais, e sonhar não custa nada, para as internacionais.

Agora também se espera mais ação e dinamismo da diretoria quadricolor para agregar valor ao time que vive cada vez mais desacreditado no meio futebolístico. Na ressurreição o tom da vez é investimento para as devidas melhorias e avanços. É preciso investir, por exemplo em estratégias de comunicação e marketing, em grandes parcerias, patrocinadores. É fundamentalmente necessário incentivar o torcedor e prospectar novos públicos, ou seja, pensar no clube como marca para sua profissionalização de fato, que lhe garanta reais possibilidades de disputar toda e qualquer competição que tiverem pela frente, e consequentemente lhe gere ônus e status. O MAC precisa inovar para evoluir, senão ficará pra sempre na velha ideia de que se trata apenas de um "timezinho" que toda sua torcida se comporta dentro de uma van. É preciso romper as ideologias baratas que tem rondado e dominado o território do Bode Gregório, atrapalhando seu bom desemprenho.

Num mercado tão competitivo como o do futebol, não há espaço para quem se contenta apenas com participações nos certames locais e com um limitado número de torcedores. É preciso mudar de concepção, pensar grande, planejar e executar projetos audaciosos, se quiser conquistar novos horizontes e um futuro diferente e promissor.





*Há uma dúvida em relação aos títulos do MAC em campeonatos maranhenses. Alguns falam em 14, mas segundo o saudoso historiador maranhense Manuel Raimundo do Amaral, o título de 1939 confirmado por muitos esportistas, não foi jogado porque nesse ano não houve a competição oficial, mas o mesmo foi requerido pelo time quadricolor maranhense.

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