Isto que você vê é um buraco de aproximadamente 2 metros de profundidade que fica em cima da calçada lateral da escola UEB Recanto dos Pássaros, na rua 14D, unidade 105, Cidade Operária, que também é caminho percorrido diariamente por crianças menores de 5 anos que estudam na referida unidade escolar. Trata-se de uma enorme galeria exposta há tempo, formando dois fossos que representam riscos constantes, inclusive com registros de acidentes com os pequenos.
Um deles, uma mãe de aluno da UEB que preferiu não revelar o nome, me relatou que a filhinha dela de 4 anos de idade foi recentemente engolida por uma dessas valas.
"Eu vinha passando pelos buracos na frente e minha filha um pouco mais atrás, quando eu ouvi foi os gritos dela. Nessa hora percebi que o grito tava longe, foi que eu olhei pra trás, minha filha tava dentro do buraco. Pra sorte dela foi nesse mais raso, mas eu sei que outras crianças já se acidentaram aqui. Isso aqui é um risco pra elas que passam todo dia pra ir a escola", denuncia a mulher.
Mas na rua 14D o problema é de cabo a rabo e já faz muito tempo que os moradores convivem com o descaso. Um pouco acima, após a escola "Modelo de Tempo Integral" da atual gestão, por exemplo, outro buraco profundo virou um pesadelo aos moradores. Há quase 10 anos que o problema se estende. E nesse entra e sai de prefeitos, se já houve alguma solução paliativa foi feita por eles próprios, que por várias vezes se reuniram para tapar o buraco com concreto. Acontece que como não é feito da forma correta, acaba se rompendo em pouco tempo. Agora o trecho está interditado para carros e eles estão revoltados.
Conversei com a professora Nazaré, que me apresentou sua neta de 14 anos de idade e me contou a curiosa relação dessa garota com o buraco histórico.
"Esta minha neta tinha 5 anos, quando o pai dela, numa brincadeira que virou um protesto contra o problema, tirou uma foto dela dentro do buraco. Hoje ela tem 14 anos e nunca tivemos resposta da prefeitura", relata.
Ainda de acordo com a professora Nazaré, os moradores já se cansaram de fazer o que deveria ser feito pela prefeitura. Em mais um ato de protesto, diante do descaso, agora decidiram não mais recuperar a via, como faziam rotineiramente para que ela permanecesse trafegável.
"Não vamos mais gastar nosso dinheiro com isso aqui porque não adianta. Eles não fazem mesmo. Agora vai ficar ai cortada", diz. A professora acrescenta ainda que já denunciaram na imprensa, mostrando o caso na televisão, mas que nunca foi o suficiente para sensibilizar a administração.
Recentemente a prefeitura de São Luís, em parceria com o governo do Estado lançou o programa "Mais Asfalto" na Cidade Operária para recuperar ruas e avenidas. Os moradores porém, estão temerosos que mais uma vez a rua 14D fique de fora dos planos de recuperação asfáltica.
O certo é que o problema é grave, afeta não só os moradores, mas transeuntes, condutores e principalmente as crianças que por ali transitam e são as maiores vítimas do descaso da gestão municipal.
Agora cá pra nós e que o prefeito Edivaldo não saiba de nada. Com todos esses problemas, uma profunda galeria exposta na calçada do colégio modelo de tempo integral do prefeito, colocando em risco até a própria vida dessas crianças indefesas, será se vai ser preciso mesmo acontecer uma desgraça para que a prefeitura tome as providências? Na rua 14D, até quando eles vão ter que conviver com esse descaso?
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