DUELO DOS "JUNIOR'S" PARA PREFEITO: PORQUE RUBENS E NÃO DUARTE? EIS A QUESTÃO

Um leitor do blog me perguntou, o porque do grupo do governador Flávio Dino insistir na escolha do deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Cidades, Rubens Pereira Jr [PCdoB] e não o deputado estadual Duarte Jr [mesmo partido] para ser o candidato oficial do palácio dos Leões a prefeito de São Luís, visto que o último tem mais popularidade que o primeiro, e por tanto hipoteticamente mais chances  no pleito deste ano?

Bom, vejamos o que pode estar em jogo neste duelo entre os dois "Junior's" que disputam o mesmo apoio no sonho em comum, de suceder o terceiro Júnior, o Edivaldo, na cadeira do palácio La Ravardiere a partir de 2021:

O midiático Duarte Jr não inspira confiança plena dentro da arena palaciana, não que seja um traidor, porém o ex-presidente do Procon-MA sofre as consequências por alimentar mais o espírito de liderança ao de liderado, além de desagradar o grupo quando tenta passar a ideia de um parlamentar independente. Mesmo tendo sido fruto dos comunistas, às vezes ousa contrariar o governo que integra, baseado nas práticas de quando contrariava interesses econômicos a frente do órgão de defesa dos direitos do consumidor, de olho na massa e no voto desta. E seu histórico [que não conta o fato de ter sido palhaço profissional], bem como o protagonismo polêmico apresentado no legislativo estadual [no jogo pelo poder] causa ciumeira até mesmo entre seus camaradas de partido. Não é à toa que o deputado perdeu definitivamente o Procom do seu domínio, depois que Flávio Dino cedeu às pressões para atender ao projeto de ampliação da sua base aliada. É temido dentro do Leões, por exemplo, que Duarte se fortaleça politicamente, forme seu próprio grupo, crie asas, e posteriormente rompa com os comunistas, e até mesmo com o seu patrono-mor. Esta possibilidade é cogitada quando Duarte ameaça sair do partido para lançar candidatura independente, embora o presidente do PCdoB deputado Márcio Jerry tenha afirmado que ele será um dos candidatos do grupo nesta eleição.  

Ao que se percebe, o ar de independência de Júnior incomoda os aliados do governo e cria o clima de insegurança no grupo, que insiste com o governador a não dar bola para a sua aspiração ao cargo de chefe do executivo municipal, ao menos desta vez. - Vai que ele se elege e não aceite que metamos o bedelho na sua administração? Poderá dizer o cabeça pensante. 

O outro Júnior [preferido do palácio, que mesmo com todos os esforços seus e do governo, nunca  decola nas pesquisas] é  obediente, lê ipsis litteris na cartilha da chefia, portanto mais flexível e apto as possíveis interferências e até subserviência à ordens externas, a exemplo do terceiro Júnior, atual prefeito de São Luís, e assim, a expectava do palácio é que com o Rubens, prefeito, não haverá  dor de cabeça nas tomadas de decisões de interesse do executivo estadual. Lembrando que é uma questão de honra o Leões não perder o La Ravardiere para a oposição, numa perspectiva de 2022.  

Desta forma, o grupo de Flávio Dino articula uma maneira sutil e elegante de tirar o "Garoto Mídia" [como é chamado] do pleito deste ano, ou o deixe concorrer com o título de independente, mas tendo o pseudo apoio do grupo, não da máquina palaciana. Por outro lado, a decisão de Duarte em romper de fato com o grupo atual, na ânsia de disputar a prefeitura de São Luís, também poderá ser drástico para o seu futuro político, especialmente se seu comportamento neste período for avaliado como infidelidade pelos comunistas.