Recentemente uma matéria na televisão dava conta que em pleno mês de janeiro de 2017, tem aluno da rede municipal de São Luís que ainda está cursando o ano letivo de 2016. Escolas, como a Governador Leonel Brizola e a Menino Jesus de Praga, passavam por reformas intermináveis, atrasando a vida de centenas de crianças dessa cidade. Agora já é fevereiro, o blog recebeu denúncia que a UEB Ronald Carvalho, na Divineia (na foto acima) é mais uma que vive o mesmo dilema, retrato desse verdadeiro descaso da prefeitura para com a educação do município.
De acordo com a nossa fonte que preferiu não se identificar, há quatro meses foi iniciada uma reforma nessa Unidade de Educação Básica do município, que parece nunca acabar. Ela foi uma das escolas atacadas por bandidos, que atearam fogo, deixando algumas dependências comprometidas, muito embora toda a estrutura física mesma já apresentasse muitos problemas que colocavam em risco a vida de alunos e funcionários.
Muito preocupada na ocasião (período eleitoral) com os danos às crianças, a Secretaria de Educação (SEMED) autorizou os serviços emergenciais de reparos, que se intensificaram no segundo turno da eleição, só que depois da reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Jr, a escola foi abandonada, e pelo visto ficou de lado a ideia de preocupação com as crianças que ali estudam que são impiedosamente penalizadas pela gestão municipal.
"Só tinha problema elétrico, hidráulico e estrutural, com infiltrações, janelas quebradas e sem iluminação adequada. Aí antes da eleição tocaram fogo e tudo que era ruim piorou. Foi uma equipe de dois trabalhadores fazer um serviço que mais atrapalhava do que consertava. Os alunos foram dispensados pra que a obra fosse feita, já que era preciso arrumar telhado, forro e instalação. Até o 2° turno tinha gente trabalhando lá, depois disso, sumiram ..." denuncia nossa testemunha ocular, que ainda nos confirmou que os trabalhos de recuperação já foram retomados, mas os serviços caminham a passos de tartaruga.
O caso é tão sério que os alunos do 9º ano temem não serem liberados para ingressarem no ensino médio com a documentação do fundamental. Já há rumores, inclusive, que eles irão estudar em duas escolas até abril, prazo previsto pra terminar a carga horária. E ai fica a preocupação se escolas do Estado vão aceitar essa matrícula sem a devida documentação.
Num retrospecto, essa UEB Ronald Carvalho é a mesma que há cerca de dois anos passou por uma reforma forçada, quando era secretário da SEMED, Geraldo Castro. Isso aconteceu depois que professores da rede cruzaram os braços pedindo melhores condições de trabalho em várias escolas que viviam situação precária em suas estruturas. A época a prefeitura entregou a estrutura física, alardeando ser uma grande reforma, mas pelo visto, tudo não passou de uma maquiagem, que pouco adiantou porque os problemas continuaram.
E aqui fica um questionamento: Quando professor faz greve, vai todo mundo pra cima. O Ministério Público por exemplo, multa, justiça criminaliza os movimentos, chamam educador de arruaceiro, alegando que estes causam prejuízos a sociedade só por fazem justas reivindicações. E ai vemos uma escola há quatro meses parada por conta de uma reforma que a prefeitura realiza sem compromisso algum com a educação de centenas de crianças, uma verdadeira afronta a cidadania. Por que ninguém ver nada, ninguém fala nada?
Parece que todos estão cegos e mudos para os problemas de uma educação pública oferecida pela gestão municipal que segue em estado de colapso.
Como diria Caetano: "alguma coisa está fora da ordem".
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