A prisão do diretor da Cadet de Pedrinhas, Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, de 45 anos, era uma questão de tempo, embora o mesmo gozasse de prestígio dentro da Sejap. Mas ela foi inevitável diante de denúncias cada vez mais contundentes que vinham sendo feitas, principalmente por pessoas ligadas ao sindicato dos trabalhadores do sistema carcerário do Maranhão, bem como por familiares de detentos, sobre as injustiças e crimes que eram cometidos dentro do maior presídio do Estado sob a direção deste senhor.
O caso tomou corpo com a denúncia feita no blog do jornalista Aldir Dantas, dando contas que o diretor estaria beneficiando bandidos perigosos, como por exemplo, teria permitido a entrada de um televisor de 51 polegadas para um traficante "poderoso" de São Luís. Além de ter facilitado recentemente a fuga de três assaltantes de banco, que saíram pela porta frente do presídio. Fuga esta que teria sido negociada por 350 mil reais.
O esquema de corrupção que envolve muita gente de dentro do presídio foi detalhado em reportagem exibida no Jornal Nacional da Rede Globo nesta segunda-feira (15/09).
No início do mês de setembro, em uma outra situação, um vídeo mostrava um detento dentro da penitenciária de Pedrinhas recebendo um celular do diretor Salomão Mota, fato que teve grande repercussão nos blogs e redes sociais, mas o mesmo foi defendido veementemente pelo próprio secretário Sebastião Uchôa, que chegou a encaminhar nota oficial a imprensa justificando o "quase" injustificável. Dizia que o aparelho era uma necessidade para o preso se comunicar com um parente que estava doente. Mesmo assim, a nota prometia a abertura de sindicância para apurar o caso. A propósito, falam à boca pequena, que teria entrado ali uma ação da tal operação abafa para que o caso caísse logo no esquecimento.
Ainda segundo as denúncias, os dois diretores, ou seja, Cláudio Barcelos e Salomão são ou eram de inteira confiança do secretário Uchôa, tanto que mesmo diate das denúncias de praticas delituosas, o diretor agora preso, permanecia no cargo, como se nada tivesse acontecido. E pelos comentários de quem vive dentro do sistema, essa prisão só aconteceu por força da pressão que ocorre com o pleito eleitoral, uma medida meramente política para não manchar a imagem do governo.
O certo é que trata-se de mais um escândalo vergonhoso que estampa a cara do Maranhão na mídia nacional, como um Estado sem políticas públicas sérias para o sistema carcerário. Aliás, o próprio secretário, Sebastião Uchôa, em entrevista à rádio Mirante AM, mais uma vez disse que já solicitou à Polícia Civil que instaurasse um inquérito policial para apurar o caso e garantiu que outros nomes ainda irão aparecer. Isso significa dizer, que a prisão de Barcelos, pode ser apenas a ponta de um iceberg de um lamaçal de corrupção que não tem tamanho.
Agora resta saber se isso tudo não vai morrer nessa prisão do diretor da cadet; se os resultados desses inquéritos serão do conhecimento da sociedade; se todos os envolvidos serão punidos, ou se "tanto dinheiro" que pagava as fugas e outros crimes dentro do presídio, também pesará nas barras da justiça.
Por enquanto o que se tem de mais concreto sobre o assunto, é que os Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, vai realizar uma paralisação de advertência nesta quarta-feira dia 17 de setembro, para alertar a sociedade sobre os graves problemas que dominam o Sistema Penitenciário do Estado, tais como: assassinatos de presos, fugas, escavações de túneis, corrupção com fugas facilitadas, o tráfico de armas, munições, drogas e celulares e os sérios riscos de vida a que estão expostos agentes penitenciários, todos os demais servidores das unidades prisionais e os monitores. por decisão de uma assembleia geral extraordinária dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão.
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