terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

VAI SOBRAR PARA OS PASSAGEIROS DE SÃO LUIS: SET PRESSIONA PREFEITURA A AUMENTAR PASSAGEM DE ÔNIBUS PARA 3 REAIS

Uma nova reunião acontece nesta quarta-feira (24/02) na sede do Tribunal Regional do Trabalho, na Areinha entre os atores do Sistema de Transporte coletivo de São Luís, que poderá ser decisiva para o retorno total dos rodoviários às suas atividades e consequentemente o funcionamento normal dos ônibus, suspenso em quase 100% durante toda esta terça-feira. Os trabalhadores exigem a atualização salarial, enquanto os empresários querem que alguém pague por isso, nem que seja o usuário, menos eles.

Depois de vários encontros e muita conversa entre Sindicato dos Rodoviários, Sindicato das Empresas de Transporte (SET), Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MA) e prefeitura através da Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT) nesta terça-feira, os representantes dos rodoviários decidiram suspender parcialmente a paralisação de motoristas e cobradores, e os ônibus voltam a circular na cidade com 70% da frota nesta quarta-feira (24). A decisão atende a uma determinação do TRT/MA, que aplicará multa de R$ 50 mil/dia, caso a mesma seja desrespeitada.

Ônibus circulando em sua totalidade só será possível mediante ao pagamento do adiantamento de 40% do salário aos rodoviários também nesta quarta. De acordo com o estabelecido em convenção coletiva ele é garantido aos trabalhadores no dia 20 de cada mês e os 60% restantes a serem pagos até o quinto dia útil do mês base. O sindicato alega que as empresas vem atrasando sistematicamente este compromisso, o que tem gerado a revolta dos trabalhadores e por fim a greve.

Na primeira conversa deste terça-feira, os empresários queriam pagar somente os motoristas nesta nesta quarta-feira, deixando os cobradores e fiscais para a sexta-feira, o que não foi aceito pelos representante da classe trabalhista. Na segunda, a exigência foi acatada pelos patrões, porém os trabalhadores ainda ficaram com um pé atrás, tanto que voltam inicialmente de forma parcial.

Insatisfeito com o Executivo Municipal, alegando quedas sucessivas no faturamento das empresas e baseando-se na tese que São Luís é uma das capitais com a passagem mais barata do país, o SET agora pressiona a prefeitura a reajustar a tarifa das passagens dos coletivos em pelo menos em 11%, sob pena de continuar penalizando os empregados. Vai sobrar para o usuários, que nessa guerra de forças poderá ser obrigado a pagar no mínimo R$ 2,90 pela viagem do nível mais alto que atualmente é de R$ 2,60. Isso se os empresários não conseguirem um aumento de R$ 3 Reais ou mais, pois eles estão insatisfeitos com a introdução do Bilhete Único no Sistema de Transportes da capital, que alegam estar causando prejuízos ao setor. Lembando que no último reajuste a tarifa mais cara chegou R$ 2,80, mas a pressão popular forçou a prefeitura baixar o valor para R$ 2,60 para o desespero da entidade.

O SET também reclama de atrasos nos repasses dos valores do Bilhete que é gerido pela SMTT aos cofres das empresas. Há quem diga, que este seria um dos motivos pelo qual o Sindicato dos patões estaria boicotando o adiantamento salarial aos rodoviários. Ou seja, tem motivos de sobra para tentar barganhar até mais de R$ 3,00.

Ah! E quanto a prefeitura de São Luis? Nas mãos dos empresários, agora vai tentar a todo custo (ao menos na teoria) evitar um aumento tarifário (o menor que seja) até acordar com o SET um "reajuste mínimo" que depois de cálculos e amostragens a SMTT tentará convencer a população que não vai pesar no orçamento do consumidor. Junto virá anúncio das famosas promessas aos usuários, por exemplo, de que vão fazer a tal licitação urgente, trazer mais ônibus novos e até colocar ar-condicionado nos coletivos e outras conversas pra boi dormir, tudo para tentar minimizar a crise instalada no setor com a permissão do consumidor. Depois é torcer que os usuários não se rebele com o sistema e o povo esqueça tudo o mais rápido possível, para assim salvar a pele do prefeito, que com a tal situação, está em maus lençóis em pleno ano eleitoral.

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