segunda-feira, 8 de março de 2021

DIA DE RELEMBRAR: CASO LÚCIO GENÉSIO, A SOCIEDADE AINDA CLAMA POR JUSTIÇA

8 de março é dia Internacional da Mulher. Data em que celebram-se conquistas, mas também oportuna para manifestos, lembranças fatos abomináveis cometidos contra  mulheres que merecem repúdio e cobranças às autoridades legais. Neste post vamos relembrar um fato marcante ocorrido recente no Maranhão, que parece ter caído no esquecimento de muitos.  

Em 2018, nesta data, movimentos feministas do Maranhão pediam justiça para o caso em que a advogada Ludmila Rosa Ribeiro da Silva foi agredida brutalmente e quase era morta pelo ex-marido, o empresário Lúcio André Silva Soares, conhecido como Lúcio Genésio, irmão do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio. Ele já tinha um histórico de agressões contra a vítima, e ganhou as páginas policiais em novembro de 2017, no caso em que tentava reatar o relacionamento com a ex-companheira, e diante da negativa, a teria espancado violentamente dentro do seu carro, no percurso da Lagoa até o bairro da Cohama em São Luís. A mulher estava grávida ficou com o rosto deformado de tanto apanhar.

Matéria publicada no Estado online em 12 de novembro de 2017


O crime chamou a atenção pela forma perversa e covarde do agressor, que mesmo vendo a sua presa cambaleando de tanto levar "porrada", socos e pontapés, ainda teria acelerado o carro para cima dela, segundo denunciado, com a intenção de atropelá-la, e o assassinato só não foi consumado por intervenção de vizinhos da vítima.

O empresário chegou a ser preso em flagrante, mas pagou fiança em mais de R$ 4 mil e foi solto. Houve muita cobrança, especialmente por parte da imprensa, e iniciou-se uma cassada  pelos "quatro cantos do planeta" para prendê-lo, mas a polícia não teve êxito. Para dar uma resposta ao clamor da sociedade, em novembro de 2018 a Justiça condenou Lúcio a 3 anos e 4 meses de detenção no regime aberto, mas a condenação foi referente à primeira agressão contra a mulher, ocorrida em Pinheiro. E o caso de São Luís caiu no esquecimento.



Passados quatro anos, Lúcio reaparece na mídia, desta vez como vítima do novo coronavírus, que conseguiu a proeza de encontra-lo fácil e ainda o entregar para a imprensa, o que a polícia não teve sucesso na sua cassada. Após passar 25 dias internado em um hospital particular da capital, ele recebeu alta 4 dias antes desta data comemorativa, da qual ele não serve de exemplo.

É claro que a família comemorou o fato do mesmo ter vencido a covid 19. O prefeito de Pinheiro Luciano Genésio, que pedia orações de todos, estava extasiado de alegrias por ver o irmão salvo da peste. Que bom, afinal alguém que vence essa maldita doença tem mais é que comemorar, e a família de Lúcio fez isso com maestria, pois só sabe o quanto dói uma perda nesse momento, nessas circunstância, quem já teve um ente levado embora pelo vírus.

Lúcio Genésio recebido pelos familiares, no dia 4 de março, após receber alta, curado da covid 19

Mas voltando ao caso, independentemente, se tenha sido resolvido entre agressor e a vítima, ou se ambos fizeram as pazes, ou até estejam juntos novamente, a sociedade não tolera a violência contra a mulher, e exige que a lei [Maria da Penha] seja cumprida e respeitada, seja quem for. E porque foi ignorada neste caso? Certamente se fosse um Zé Ninguém, um desafortunado, estaria apodrecendo na cadeia, mas segundo o senso comum, por se tratar de um sujeito que tem dinheiro e prestígio político, continuará solto, debochando da justiça e da sociedade. 

Este é mais um beneficiado pela impunidade. Mas a sociedade ainda clama por justiça.

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