terça-feira, 24 de maio de 2016

O DILEMA DE MICHEL TEMER: ATENDER AO CLAMOR POPULAR E MANTER UM GOVERNO CORRUPTO

O presidente interino, Michel Temer (o homem da “pastilha”) vai por enquanto cedendo às pressões e dando uma de “bonzinho”, supostamente ouvindo o clamor popular para tentar ter o mínimo de aceitação entre os brasileiros, e assim engendra suas artimanhas para tocar terra adentro os restos mortais da presidente afastada Dilma Rousseff. Na sua busca por popularidade, no melhor estilo morcego (morde e assopra), em menos de duas semanas o homem que chega a presidência do Brasil com um cheiro de ditador, já tomou medidas, digamos, contrárias aos seus propósitos, revogou decisão e até exonerou um ministro para arriscar uma boa pose e sair bem na fotografia que faz para apresentar a sociedade.

O presidente voltou atrás da decisão de acabar com o Ministério da Cultura, extinto na sua reforma ministerial. Depois dos protestos de setores ligados a artistas em todo o país, Temer anunciou a recriação do Minc que havia perdido autonomia ao ser transformado em secretaria, incorporada ao Ministério da Educação.

Depois de ser muito criticado por não ter indicado mulher para ministérios, Temer se obrigou a emplacar duas senhoras para cargos de chefia: no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a economista Maria Sílvia Bastos Marques e no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini. Esta foi uma forma de agradar segmentos que o acusavam de preconceituoso com o gênero feminino.

Por último, o dilema de Temer foi cortar na própria carne com a exoneração de um dos membros mais importantes do seu governo, porém acusado de corrupção. O super, mega power da moralidade Romero Jucá (um dos mais ferrenhos acusadores de Dilma, mas que tem um passado digno de uma boa temporada numa penitenciária), passou como um raio pelo Ministério do Planejamento e foi mandado embora de volta ao senado depois do vazamento da sua escandalosa proposta de um pacto entre os poderes para “sangrar”, ou seja liquidar a Operação Lava Jato. Esta seria a fórmula perfeita encontrada pelos neogovernistas para livrar o governo provisório de possíveis ou inevitáveis bombardeios previstos que prometem levantar o tapetão de sujeiras, também dos novos mandatários, como é o caso das famosas denúncias do esquema de corrupção na Petrobrás, o que ainda promete dar muito pano pras mangas também .

Contra o governo do “golpe” (como está sendo chamado), ainda seguem os protestos pela falta de negros nos ministérios e pelo afastamento dos demais ministros corruptos. Resta saber se até o final de seu mandato, seja o provisório ou até permanente, Michel Temer atenderá ao clamor com essas exigências do povo brasileiro, nem que seja para só tapar o sol com a peneira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário