sábado, 9 de novembro de 2019

EM "SESSÃO DO DESCARREGO", VEREADORES DE SÃO LUÍS ATACAM A IMPRENSA POR DIVULGAÇÃO DE ESQUEMA COM EMENDAS

No último dia de trabalho da semana [quarta-feira 06/11] na Câmara Municipal de São Luís Luís, em que não houve quórum suficiente para votação de nada, vereadores suspeitos em esquema de desvio de dinheiro público por meio de emendas parlamentares realizaram a "sessão do descarrego" para se defenderem das revelações feitas pela Operação do GAECO, e soltaram os "cachorros" em profissionais da imprensa local.

O episódio ocorreu um dia após deflagrada a Operação Faz de Conta, pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que apontou irregularidades envolvendo oito vereadores da capital e os Institutos Renascer e Periferia, no repasse de R$ 1,9 milhão em emendas. O plano sob suspeição seria operado via Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) entre 2018 e 2019, em que são apontados os vereadores: Francisco Chaguinhas (PP), Raimundo Penha (PDT), Josué Pinheiro (PSDB), Paulo Victor (PTC), Joãozinho Freitas (PTB), Aldir Júnior (PL) e Ricardo Diniz (PRTB).

Vereador Raimundo Penha aparece entre os suspeitos
Diante da repercussão negativa, alguns dos acusados que se dizem vítimas de perseguição, usaram a tribuna para desmentir o GAECO, e descarregaram torpedos contra a imprensa. O vereador Raimundo Penha [PDT], vice-líder do prefeito, por exemplo, chegou a taxar comunicadores de "irresponsáveis" por terem divulgado o teor da Operação. Para ele, o fato só deveria ser publicado após o resultado final da referida investigação. Mas pior foi o discurso inflamado do vereador Marquinhos [DEM], que apesar de não aparecer no esquema, mas na ânsia de defender os colegas, quando chegou até a usar trechos da bíblia para justificar passividade de todos em erros, atacou um radialista [sem declinar nome], que segundo ele, não teria a moral de um "cachorro" para tocar no assunto.
Vereador Marquinhos acusou radialista de ter reputação pior que um cachorro 
Pode ser que sejam inocentes, porém, mesmo alegando terem feito os procedimentos dentro da lei, os edis demonstram muita preocupação com essas revelações bombásticas, e a reação feroz contra profissionais da imprensa prece refletir o medo de um desgaste irreparável às suas imagens, às vésperas da eleição. Daí vale tudo para desmoralizar formadores de opinião, e desconstruir a credibilidade daqueles que fazem notícia nesta cidade.

Lamentável a atitude de certos políticos, que para não ver seus "podres" expostos perante a opinião pública, chegam a extremos em suas artimanhas sórdidas, calculistas e covardes de intimidação, para tentar calar a imprensa, especialmente as vozes independentes.


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