quarta-feira, 20 de abril de 2022

CAOS NO SOCORRÃO II: PACIENTES FICAM ATÉ TRÊS MESES INTERNADOS À ESPERA DE CIRUGIA: "EU DURMO NO CHÃO, TIPO CACHORRO", DENUNCIA ACOMPANHANTE



Não tem como ser diferente a realidade nos hospitais de urgência e emergência de São Luís, Socorrões I e II, que vivem com os corredores abarrotados de pacientes esperando por atendimento. O motivo é simples: a burocracia para a realização de procedimentos cirúrgicos. Eu mesmo já senti na pele o que é isso. 

No mesmo período em que uma matéria veiculada em rede nacional, no Jornal Hoje da TV Globo, escancarava o caos instalado no Clementino Moura, o Socorrão II, chegou ao blog do Adilson Carlos um áudio comovente de uma mãe relatando o dilema que passava com um filho, dentro daquela casa de saúde, a espera de uma cirurgia.

O paciente Leandro Martins Serra, da cidade de São João Batista, já estava há um mês internado, sem  perspectiva alguma de quando seria atendido. A mãe denunciava a demora no atendimento, bem como o tratamento desumano que lhes era oferecido na estada.

"Eu tô aqui, durmo no chão, tipo cachorro, e meu filho tá aqui na mão de Deus, nunca resolvem nada por ele. Já não tô mais aguentando, já não aguento mais ficar aqui, esse tempo todo, sem ninguém resolver nada pelo meu filho", relata a senhora em pranto no áudio. 

Não é de hoje esta situação no Socorrão II. Em 2015, este editor sentiu na pele quando buscou na referida casa de saúde a  realização de uma pequena cirurgia, relativa ao rompimento de tendão em um dos dedos, e para minha surpresa, me informaram que eu teria que passar um mês internado. Perguntei o por que e me disseram que tratava-se da política administrativa municipal. Tive que muda o plano. 

Em recente conversa com alguns funcionários, me foi revelado que há casos em que pacientes ficam até três meses internado para realizar procedimentos cirúrgicos, especialmente da clínica ortopédica. Enquanto isso, são obrigados a conviver com o descaso que reina ali dentro da maior casa de saúde da capital, que atende também pacientes de todos os municípios do Maranhão.

Na reportagem veiculada na Globo, pacientes denunciavam, inclusive, a presença de baratas e ratos na área de leitos.

"Tem muito rato, tem muita barata, tem muito bicho, mas eu tenho que passar por isso, enquanto uma pessoa que está recém-operada, com risco de infecção, isso é desumano, é cruel, é muito grave", denunciou uma paciente à reportagem.


 


     

Um comentário: