O blog do Adilson Carlos recebeu informação dando conta de que uma importante audiência acontece na manhã desta quinta-feira [28], no Ministério do Trabalho, entre a Prefeitura de São Luís a Maxtec para discutir pagamento de funcionários, bem como um débito milionário da gestão com a terceirizada. A empresa tem sido denunciada pelos sucessivos atrasos nos pagamentos salarias dos funcionários que operam no serviço de limpeza e higienização dos hospitais e demais casas de saúde do município.
A reunião ocorre após os trabalhadores terem cruzado os braços em uma greve que durou cerca de 8 dias, deixando os hospitais, como Socorrão II, Mulher e Criança em situação de calamidade, com o serviço de limpeza funcionando com precariedade. De acordo com nosso informante, a Maxtec alega que a gestão municipal tem um débito de R$ 12 milhões, referente a atraso em repasses de cerca de quatro meses, e que na pauta a prefeitura deve fazer uma proposta indecorosa, para que o débito seja parcelado em doze suaves parcelas, o que poderá levar a terceirizada a romper o contrato com o município.
"Vai ter uma audiência amanhã [quinta] com a Maxtec e prefeitura, a prefeitura está com um débito de 12 milhões com a empresa. Ela pode parcelar esse valor em 12x , se a mesma não aceitar, a empresa vai está saindo do contrato, pois não tem como permanecer", diz a mensagem enviada ao blog.
Outra fonte extraoficial, porém, dá conta que o contrato da Maxtec com a prefeitura da capital expira nos próximos meses, e que uma outra empresa, ligada ao prefeito Eduardo Braide, estaria se habilitando para assumir os serviços prestados por ela.
COITADOS
Fato é que os funcionários da Maxtec tem sofrido muita humilhações para receber salários, e até assédio moral dentro do trabalho. O vencimento que ocorre no 7º dia, este mês foi pago nesta terça-feira, 26, com um atraso de quase 20 dias. O medo deles agora é que o próximo pagamento que se aproxima tenha o mesmo atraso, o que lhes tem custado muito caro. A seguir alguns dos tantos relatos que temos recebido de funcionários revoltados com a lamentável realidade vivida pela categoria:
"É uma situação insustentável, porque todos nós temos nossas necessidades e dependemos desse pagamento pelo nosso trabalho que realizamos todos os dias, mesmo com todas as dificuldades, trabalhamos nessa pandemia, muitos foram infectados, teve até mortes pela doença, e no final recebemos esse desrespeito como pagamento".
"Eu fico triste vendo meu filho sem nada nem pra lanchar. Sem dinheiro pra comprar medicação. Isso já tá me adoecendo, ficar sem dinheiro. É atraso, é mentira, é promessas não cumpridas. Ah não, sinceramente é pra deixar a pessoa indignada".
ASSÉDIO MORAL
Os trabalhadores também tem sofrido assédio moral no local de trabalho, como aconteceu durante a greve, com intimidações e constantes ameaças de demissão pela empresa. Durante a paralisação, muitos deles foram pressionados a dobrar horários e esforços, em situações que um só era obrigado a cumprir tarefas que eram realizadas por equipes.
“As direções dos hospitais e a empresa estão pegando o nome das pessoas que não estão trabalhando, também as que estão, futuramente vai ter punições com certeza, a Maxtec trabalha assim. Estão fazendo filmagens para mostrar que o serviço não parou. Aqui nessa foto [abaixo], olhamos ao fundo pessoas do hospital da criança em cima. Assim que o sindicato sai e passa as instruções, a direção do hospital vá lá em cima e dá pressão, intimida", denuncia um funcionário.
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Funcionários foram coagidos a trabalhar em greve, afirma denunciante |
Por fim, para registro, recebemos ainda a informação que ao menos duas pessoas foram demitidas após a greve e que muitas outras estão na lista da "degola", especialmente quem aderiu ao movimento paredista.