O deputado
federal e pré-candidato ao governo do Maranhão, Josimar de Maranhãozinho [PL]
voltou a ser alvo de operação policial por suspeitas em esquema de corrupção. Nesta quarta-feira [1/12], logo cedo, empresas de sua propriedade
em São Luís e no interior receberam visita de agentes da Polícia Federal. O
caso teve repercussão na impressa nacional.
De acordo com
matéria divulgada pelo Estadão, além da capital, foram cumpridos mandados de
busca e apreensão em Zé Doca, Carutapera e Maranhãozinho, em
investigação sobre desvio de verbas de prefeituras relacionadas a emendas
parlamentares.
A ofensiva
contra Maranhãozinho [que ocorre um dia após a filiação do presidente Jair
Bolsonaro ao Partido Liberal, presidido por ele no Estado] foi autorizada pela
ministra do STF Rosa Weber, que é relatora de ações que pedem o fim das emendas
do relator. O caso tramita sob sigilo.
As
investigações apontam que a relação de parentesco e ligações pessoais do
deputado com prefeitos e secretários municipais da região fazem parte da
estratégia usada para o desvio de recursos em áreas como saúde e
infraestrutura. Além do parlamentar, há outros nomes que estão na mira dos
órgãos de controle e ainda não foram alvos de mandados.
Terceira vez em menos de um ano
Esta é a
terceira vez em menos de um ano que Josimar de Maranhãozinho, também conhecido como "Moral da BR" tem agentes
policiais no seu encalço por suspeitas de corrupção. A primeira e esta última desencadeadas pela Polícia
Federal.
No dia 9 de
dezembro de 2020 a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em endereços e prefeituras ligadas a ele em uma investigação
sobre desvio de dinheiro de emendas parlamentares da área da saúde, para combate à pandemia da covid-19 no estado. Era estimado que a fraude teria gerado prejuízo de cerca de R$ 15 milhões
aos cofres públicos desde abril. Cerca de R$ 2 milhões foram apreendidos em endereços ligados ao parlamentar.
Em 6 de
outubro desde ano, uma operação do Grupo de Atuação
Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do
Maranhão [MP-MA] e Polícia Civil cumpriu mandados, numa ação de combate a fraudes licitatórias em
prefeituras do Estado. Segundo investigação do Gaeco, um grupo criminoso comandado por
Josimar de Maranhãozinho desviou altos valores dos cofres públicos por meio de
licitações fraudulentas nos municípios de Araguanã, Carutapera, Centro do
Guilherme, Maranhãozinho, Pedro do Rosário e Zé Doca entre os anos de 2014 a
2018. No período foi movimentado o montante de R$ 159.745.884,37 [Cento
e cinquenta e nove milhões, setecentos e cinquenta e quarto mil, oitocentos e
oitenta e quatro reais e trinta e oito centavos] originado de
contratos administrativos pactuados entre as empresas investigadas e os
Municípios relacionados.
Bom, no primeiro
caso, o deputado garantiu que nada foi comprovado na investigação, e que até os valores apreendidos pela PF foram
devolvidos.
Já no segundo, realizado pelo MP, Josimar alegou que a ação tratava-se de perseguição orquestrada pelo governador
Flávio Dino como retaliação após seu rompimento com o grupo palaciano e por ter lançado pré-candidatura ao governo do Estado.
O Tribunal de Justiça do Maranhão [TJMA], inclusive, decidiu anular a decisão de primeiro grau que autorizou a referida operação de busca e apreensão do Gaeco na casa do deputado, por falta de provas.
A pergunta não
quer calar agora é: quem o "Moral da BR" acusará de estar por
trás de uma nova operação da PF em seu desfavor?
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