Tem
um conhecido ditado popular que diz que "pimenta nos olhos dos outros é
refresco", que significa que é fácil falar quando o problema é da
outra pessoa. Foi o que aconteceu com o governador Flávio Dino [PSB],
que há poucos dias apontava o dedo para o prefeito Eduardo Braide
[Podemos], quando este não conseguia dar fim na recente greve do sistema de
transporte público de São Luís, que durou fatídicos 12 dias, penalizando cruelmente a
população da capital. Agora a greve está no colo do governador, com a
paralização no Detran-MA, que já segue para o mesmo período, sem a tal solução
mágica.
O
governador, por sinal, em indiretas, chegou a chamar Braide de vaidoso,
prepotente e orgulhoso, só esquecia que enquanto mirava no prefeito [pra dar
uma de diferente], esquecia da insatisfação geral dos servidores do
estado com os salários congelados há sete anos do seu governo, com
planejamentos de greve, como acabou acontecendo no Dentran. Além de reajuste
salarial os funcionários reivindicam pela manutenção do auxílio
alimentação para servidores em afastamento legal, fim das terceirizações e a
nomeação de aprovados em concurso, além de condições de trabalho, principalmente aos
examinadores de trânsito.
Nesta
quinta-feira [25] completam 10 dias de paralização, e as soluções baratas
apresentadas pelo governo não atendem o mínimo das exigências dos grevistas.
Por enquanto a maior proposta do executivo para o fim do movimento tem sido as
ameaças retaliativas, que inclui até demissão no setor, mas segundo as
informações do Sindicato da categoria nesta data, os trabalhadores permanecem
de braços cruzados por tempo indeterminado.
Flávio Dino,
que sabe lidar com manifestações, não é vaidoso, não é prepotente, nem
orgulhoso, mexe timidamente a sua “vara mágica”, tentando contornar o conflito, mas sem êxito, pois seus arranjos não incluem a possiblidade de mexer nos cofres, muito menos no diretor
Francisco Nagibe, que segundo denúncias, agravou ainda mais os problemas no
Detran desde que assumiu o cargo, e tem usado o órgão visando tirar proveitos
políticos.
Quer dizer, o governador cantava de galo quando a greve era do prefeito, mas agora como galinha, “cisca” pra um lado e pra outro, sem encontrar a solução para o fim do impasse na sua estrutura, que já está afetando bastante a população maranhense.
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