quarta-feira, 28 de outubro de 2020

DE PEREIRINHA A OSMAR: QUE MISTÉRIOS ESCONDE A FÁBRICA ABANDONADA, QUE MEXE TANTO COM OS PRESIDENTES DA CÂMARA DE SÃO LUÍS?



Se perguntar não ofende, que mistérios há escondidos dentro deste prédio histórico, abandonado, na rua São Pantaleão, Madre de Deus, região central de São Luís, que mexe tanto com as cabeças dos presidentes da Câmara Municipal de São Luís? Parece lendário.


O imóvel em ruína é da antiga Fábrica de Tecidos São Luís que resiste ao tempo, e estranhamente passou a ser bastante visado pelos três últimos gestores, que apresentam projetos supostamente para a construção da nova sede do legislativo ludovicense, mas os projetos nunca saem do papel, mesmo com informações de que recursos públicos tem sido destinados para uma suposta obra de revitalização no local. 

PEREIRINHA [PSL]

Em 2012 Pereirinha e o então prefeito João Castelo apresentaram o projeto da nova sede da Câmara Municipal, o qual as obras seriam executadas em parceria com a prefeitura de São Luís e o Iphan, o que não saiu do papel.

A lenda começou com Isaías Pereirinha, em sua última gestão. Lembro-me, quando na abertura dos trabalhos legislativo em 2013, fazendo cobertura jornalística para a rádio Educadora, perguntei ao então mandatário, qual seria seu grande desafio para aquela nova gestão? E ele me respondeu que seria a mudança da Câmara da rua Estrela para o prédio da antiga fábrica, próximo ao Ceprama, devido ao novo número de parlamentares que subiu de 21 para 31, e lá teria espaço suficiente para acomodar  todos. 

O projeto de revitalização, segundo Pereirinha já teria sido encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan], que tinha a Kátia Bogéa como superintende estadual, e que possivelmente até 2014 a mudança já ocorreria. Não houve informações sobre valores. O tempo passou e o assunto saiu da pauta.

ASTRO DE OGUM [PCdoB]

Matéria de 1 de abril de 2015 divulga que Astro apresenta projeto da nova Câmara

Chegou a era Astro de Ogum e a vontade do novo presidente em restaurar o velho prédio e mudar logo os trabalhos do legislativo para a antiga fábrica foi mais avassalador. O projeto ao custo de R$ 44 milhões de reais foi apresentado à imprensa, e segundo amplamente divulgado nos meios de comunicação local, o montante de R$ 15 milhões teria sido destinado pelo governo federal para a obra, por meio do PAC2 Cidades Históricas, via IPHAN-MA, mas o que se viu foi o presidente realizar serviços de reparos na sede da Câmara na rua da Estrela, e nunca mais se falou na nova instalação. 


OSMAR FILHO [PDT]

Projeto da nova sede da Câmara de São Luís, por Osmar Filho 

Enterrado no mandato de Astro de Ogum, o assunto foi ressuscitado na gestão de Osmar Filho, que ao assumir em 2019, anuncia que a obra teria início ainda naquele mesmo ano.

O novo presidente se reuniu em Brasília com Kátia Bogéa, tendo as presenças do vereador Pavão Filho (PDT) e do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB).



Desta vez, o projeto teve uma queda no orçamento e foi fechado em R$ 37 milhões, e Kátia garantiu que já conseguiria R$ 5 milhões para que a obra saísse do papel no mês de dezembro, quando a CMSL comemoraria o seu quarto centenário. 

Já se caminha para o fim do mandato de Osmar, e o assunto mais uma vez estagnou-se, enquanto o prédio em ruína segue do mesmo jeitinho, sem um tijolo a mais, ou qualquer benefício de melhoria, e a Câmara Municipal no mesmo lugar, acomodando no apertadinho os 31 vereadores. 

Isso tem levantado muitas desconfianças e dado margem a suspeições, visto que nada é explicado à população e vê-se que os agentes fiscalizadores da coisa pública, como Ministério Público, por exemplo, dormem em berço esplêndido.



Pelo visto essa história aparentemente mal contada deve ter sido inspirada na lenda da serpente que cresce em São Luís, e quando a cauda tocar na cabeça, a ilha será submergida. No caso da Câmara, espera-se que essa submersão seja quando o mistério que se esconde ali dentro, e mexe com a cabeça dos presidentes do legislativo, for bem esclarecido. E não será surpresa, se a antiga fábrica de tecidos tenha sido transformada em fábrica de fazer dinheiro.

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