terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O QUE O MARANHÃO GANHA COM FUFUQUINHA, JOÃO ALBERTO E LOBÃO NO COMANDO DO CONGRESSO?

Recentemente figuras da política maranhense assumiram cargos importantes no Congresso Nacional em Brasília: Na Câmara, deputado federal André Fufuca (PP) virou 2º vice-presidente da Casa. No senado, João Alberto (PMDB) também é 2º vice-presidente, e o caso emblemático foi a escolha Edison Lobão (pai) para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), um dos mais importantes colegiados da Casa, recebendo de seu partido uma espécie de blindagem anti-lava jato. Por aqui a a imprensa ligada ao grupo Sarney alardeava em manchetes e editoriais que o Maranhão saiu fortalecido com a eleição dos mesmos nas principais casas legislativas do País.

E ai vem a pergunta que não quer calar: Que fortalecimento? O que o Maranhão ganha mesmo com isso?

Os parlamentares em questão, ligados e aliados de José Sarney (o “mago” da política brasileira), assim como seu grupo político, certamente serão os únicos a serem contemplados com as benesses da tal eleição, senão vejamos:

O Fufuquinha (que dizem nos bastidores, chamava o Eduardo Cunha, hoje preso na operação Lava Jato, de "PAPI") subiu um degrau importante na vida política. E já mostrou, por exemplo, que está mais forte que o veterano, seu "parceiro" de partido, o combalido Waldir Maranhão (a vergonha do Estado), a quem o garoto prodígio deu-lhe um raspa, tomando-lhe até o comando da sigla no Estado.

João Alberto, que antes era presidente do Conselho de Ética (eticamente correto e 99% honesto) subiu para a vice-presidência do senado, queiram ou não poderá até comandar uma sessãozinha aqui outra ali.

O Lobão, ex-ministro de Minas e Energia nos governos Lula/Dilma, sem sombra de dúvida foi o mais agraciado. Mesmo tendo o nome envolvido em quatro investigações por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato, foi aclamado pelo partido como presidente da CCJ, comissão que já presidira no biênio 2002-2003.

A ele caberá a responsabilidade pela sabatina de Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer para ocupar o lugar de Teori Zavascki no STF, este morto misteriosamente na queda de um avião ocorrido em janeiro. Além disso, todas as matérias em tramitação na Casa precisam passar pelo crivo do Lobo Velho. O colegiado analisa se os textos ferem algum princípio constitucional. E claro o Lobo vai se aproveitar do tamanho prestígio para salvar sua pele e de seus parceiros de grupo (até o "mago") que vivem o terror das delações ao Sérgio Mouro.

E o que o Maranhão ganha com isso?

Na gestão anterior da Câmara, era 1º vice-presidente o trapalhão Waldir Maranhão, que depois que assumiu o lugar de Eduardo Cunha (o presidiário) protagonizou vários episódios cômicos, entre eles, querer anular o impeachment de Dilma, dias depois de eles mesmos terem votado, e virou uma espécie de piada nacional por suas constantes garfes e tosquices. Apontado em várias acusações criminosas envolvendo o dinheiro público desde que fora reitor da UEMA, tem se mostrado muitíssimo entusiasmado em levar suas trapalhadas para o senado em 2018.

Mas bem antes já tivemos o próprio José Sarney presidente do Senado e até presidente da República. Constantemente políticos maranhenses ligados ao "mago" e indicados por ele ocupam cargos importantes na Câmara, no senado e no governo federal.

E o que o Maranhão tem ganhado com isso?

Bom, enquanto eles tem caminhado a passos largos, o Maranhão segue a passos de cágado, ou crescendo como rabo de cavalo. Afinal, trata-se de um estado que há décadas mantém os piores indicadores sociais do Brasil e um povo entregue a extrema pobreza. É um dos piores Estados em tratamento de esgoto no País. Tem um aeroporto internacional que ficou conhecido pelos péssimos serviços e uma obra que se arrasta lentamente e não se sabe quando acaba. A obra de duplicação da BR 135 é outra que já consumiu dinheiro que dizem, daria para triplicá-la, e grana chegando no balde para sua conclusão que nunca acontece. A rodovia se configura entre as mais perigosas do Brasil por conta desse descaso. Lembrando que o DINIT, órgão responsável pela obra está há tempos engalfinhado nas unhas do velho "mago".

Então o que representaria para o Maranhão as vitórias do “trio parada dura”: Fufuca, João Alberto e Lobão na Câmara e no Senado?

Nada demais. Apenas o fortalecimento da turma do Sarney, que assim, às vésperas de uma eleição, se revestem de mais poderes políticos, objetivando tomar o Estado do grupo liderado por Flávio Dino e Márcio Jerry. Nesses cargos, entre o leque de possibilidade, eles poderão, por exemplo, jogar com os recursos federais liberados para o Maranhão, boicotando os comunistas e favorecendo o nome que o grupo vai indicar para o Palácio dos Leões em 2018. Na estratégia do joguinho armado, Dino ficará pelo meio de quadra feito uma “barata tonta” e completamente inviabilizado no seu governo.

Para Lobão especialmente, sabatinar Alexandre de Morais poderá ser a primeira contrapartida de um “Toma lá, dá cá” já armado, ou seja, “eu te coloco lá e tu livra a mim, a minha família e o meu grupo dessa tal 'Lava Jato'”, negócio fechado.

Resumindo, os cargos confiados aos representantes maranhenses em questão atenderá apenas seus próprios interesses. Enquanto os interesses da coletividades passam bem longe ou às vezes mascaradamente mais próximo, sem grandes efeitos de eventuais mudanças.

E o Maranhão? Pra eles o Maranhão será como sempre a plateia que assiste ao jogo de camarote. Paga um ingresso caríssimo pra assistir uma partida pífia. Elege pernas de pau como melhores jogadores e ainda aclama o time de velhacos campeão do torneio de um jogo sujo e imundo. Assim, restará aos iludidos maranhenses a manutenção dos piores indicadores sociais e suas permanências num Estado deplorável e miserável.

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