sexta-feira, 23 de outubro de 2015

SIGILO TOTAL PARA O CUNHA: "QUEM TEM ... TEM MEDO"

Acatando o pedido do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu mesmo tornar sigilosa a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o parlamentar do PMDB carioca, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Cunha, grande defensor do impeachment da presidente Dilma, foi apontado na Operação Lava Jato, de ter abocanhado US$ 5 milhões de dólares de propina da Petrobras, dinheiro este que teria sido depositado em contas suas na Suíça.

Zavascki justificou que a medida se fez necessária por causa de depoimentos que ainda estão sob segredo adicionados à denúncia em que o lobista Fernando Baiano e o empresário Julio Camargo, reforçam as suspeitas contra Cunha. Com a decisão, todas as peças da investigação que já haviam sido disponibilizadas foram retiradas do sistema interno do STF para acompanhamento de processos eletrônicos.

Ora, desde de que surgiram as denúncias, o moralista Eduardo Cunha tem negado veementemente as acusações da PGR e alega que tudo não passa de perseguição política por parte de Rodrigo Janot, esta que refletiria nos interesses da presidente Dilma (também com uma mácula do tamanho deste país) de desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público". Recentemente, inclusive, os dois presidentes (câmara e república) andaram trocando farpas pela imprensa nacional relacionadas a acusações de ambos os lados.

Assim como Dilma, Cunha vive se explicando, e se exime de qualquer acusação. Diz que "nunca recebeu qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou instituição do gênero" e que nunca teve conta em paraísos fiscais. Aliás, muito espantado com esse fato sobrenatural, andou até querendo saber e conhecer pessoalmente a possível pessoa que teria aberto contas pra ele na Suíça e depositado tão vultuosa soma em dinheiro nessas contas.

Mesmo assim, Cunha se abriu para a transparência, pedindo diante das câmeras de TV, microfones de rádios e a imprensa em geral para ser investigado e passar de uma vez por todas essa história a limpo. Mas por trás dos panos, lá no STF, também fez o seu pedido especial, para que essa investigação acontecesse na surdina, o que foi prontamente atendido.

Ora, como diz o ditado popular: "quem não deve não teme". Quer dizer, se o Cunha afirma que nunca, jamais em tempo algum foi beneficiado com dinheiro de Petrobras ou de qualquer outra natureza, e que de forma alguma teve conta bancária fora do país, muito menos em paraíso fiscal, na famosa lavagem de dinheiro "público", porque então esta autêntica autoridade, ovacionada por tantos neste país por seu louvável posicionamento pro-impeachment da presidente, na verdade tem tanto medo dessa investigação ou que ela esteja sendo acompanhada de forma transparente pela opinião pública?

Ainda me servido dos ditados populares, dizem, que "onde há fumaça há fogo". Ok! Vitória do Cunha! Sigilo total para a investigação de suas supostas contas em paraíso fiscal, o que significa que o que por acaso vier a ser descoberto, ninguém por aqui vai ficar sabendo. Agora cá pra nós, se o "suprassumo da moralidade", o temível Cunha tenta a todo custo um abrigo nas barras das togas pretas da justiça, não se adapta a outro dito famoso de que "quem tem ... tem medo"?

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