Ano novo, vida nova? Que nada! Ao
menos aos funcionários da Maxtec, que prestam serviço à Prefeitura de São Luís,
na área da saúde, o pesadelo do atraso no pagamento dos salários voltou a
repetir o passado.
O blog do Adilson Carlos voltou a receber uma enxurrada de denúncias
de empregados da empresa, que trabalham na limpeza e higienização dos Hospitais,
Socorrinhos e Unidades Mistas de competência da Secretaria Municipal de Saúde
[SEMUS], dando conta que a terceirizada mantém o desrespeito aos trabalhadores,
e já começou 2022 atrasando os salários deles. O vencimento seria dia 7 de janeiro, mas até agora eles não viram a cor do dinheiro.
Os denunciantes pediram para
preservar suas identidades por medo de represálias.
“Mais uma vez tamos passando
pelas mesmas situações do ano passado. Entramos 2022 e a Maxtec com nossos
salários atrasados”, diz um dos deles.
“O vencimento era no dia 7, mas até hoje nunca
saiu, e nem eles dizem nada. Parece brincadeira isso, mas é a nossa triste
realidade. Trabalhamos, mas não temos direito a receber nossos salários em dia”, relata outro.
“Num período desse, os casos de
COVID tá aumentando de mais, e todas as unidades onde a empresa tem contrato tá
com o salário atrasado. Já tá virando brincadeira”, afirma.
De acordo com os reclames, a situação é humilhante: a empresa só sabe cobrar assiduidade, ninguém pode faltar em hipótese alguma, porém deixa passar necessidade os pais e mães de família, que já estão com contas atrasadas, faltando tudo em casa, e pior: tem gente doente até de covid-19, mas não tem dinheiro para comprar medicamentos para cuidar da saúde.
Ainda segundo os denunciantes, a Maxtec ainda resolveu trocar o número do telefone, entendido como
estratégia para não receber mais ligação de funcionário.
“Eles só tão cobrando a gente pra
trabalhar... e numa pandemia dessa tá todo mundo pegando coronavírus, gripe, e
ninguém tem dinheiro pra comprar remédio, pra nada. As contas já tão atrasadas de novo... e a gente liga pra empresa, mas eles trocaram o número do telefone...”, comenta.
No ano passado, esses trabalhadores viveram um verdadeiro dilema, chegaram a quase três meses seguidos sem rendimentos, e fizeram greves - uma delas com manifestação em frente à
prefeitura - para conseguir receber suas remunerações.
A terceirizada responsabilizava a
SEMUS de atraso nos repasses de recursos, enquanto a prefeitura, timidamente afirmava estar
em dia com sua obrigação, embora nunca tenha se manifestado oficialmente e comprovadamente sobre o assunto.
Pelo visto 2022 não será diferente. Continuará o
mesmo desrespeito da empresa, a prefeitura irresponsavelmente cúmplice, e a categoria no prejuízo, sofrendo, obrigada a realizar protestos - penalizando o serviço público e os usuários - para receber seu suado dinheiro.
Será que o prefeito Eduardo
Braide e o Secretário de Saúde, Joel Nunes, continuarão ignorando tamanha
desumanidade, um desrespeito cavalar com esses trabalhadores de estrema importância nas suas gestões, fazendo de conta que o problema não é com eles?
As autoridades precisam cair na real e ter consciência, afinal quem está perdendo nesse jogo sujo que segue rolando entre Prefeitura e Maxtec é a
sociedade ludovicense, ou melhor maranhense.