Salários
atrasados, humilhação, assédio moral, ameaças de demissão, e de despejo a quem
mora de aluguel. Esse é o drama vivido pelos funcionários da empresa Maxtec,
que prestam serviços à rede de Saúde do município de São Luís, trabalhando nos
hospitais, como o Clementino Moura, o Socorrão II e hospital da Mulher; nas
unidades mistas, Socorrinhos e postos de saúde.
Recentemente
o blog do Adilson Carlos publicou denuncia de que a
terceirizada está atrasando os salários dos trabalhadores [reveja] e
tem culpado prefeitura, por meio da secretaria de saúde do Município [Semus]
que tem à frente o Dr. Joel Nunes. Com a repercussão da matéria, trabalhadores
tem procurado o editor deste espaço para relatar as dificuldades que estão
passando sem receber seus vencimentos. É de cortar o coração. Os atrasos já
chegam no segundo mês. O blog procurou a prefeitura para uma manifestação sobre
o assunto, mas recebeu como resposta um silêncio ensurdecedor.
Preservaremos
a identidade dos denunciantes, pois estes temem por represália.
Com
duas crianças para criar, uma funcionária disse que está em desespero, sem
comida em casa, vendo os filhos passando fome, além de não poder honrar
os compromissos com seus credores. Assim como ela, estão os demais
trabalhadores que prestam serviços terceirizados pela referida empresa nos
hospitais, unidades mistas e postos de saúde da capital.
"Estamos com contas atrasada, alimentação faltando dentro de
casa. Eu estou desesperada com essa situação. Dentro de casa tá faltando tudo.
Hoje mesmo eu não tenho nem o que comer. Na minha casa, eu sou mãe e
pai, e a única fonte de renda que tenho é desse serviço. Já vamos para outro
mês sem receber nada. A gente liga pra empresa e eles só falam que não tem
previsão, e que a Semus não está fazendo o repasse. Somos todos pais e mães de
família que estamos trabalhando pra colocar o sustento dentro de casa. Já
estamos entrando para o segundo mês. Os credores nos cobrando. Já
estamos com a geladeira seca. Um desespero, angustia total", comenta a
mulher que acrescenta ao seu relato o caso de outra funcionária que está com
uma criança doente, e passando fome, não tem recursos para comprar
remédios.
"Uma colega me mandou mensagem hoje chorando, porque não
tinha nada pra comer, e pra dar pra filha dela. Inclusive a criança tá doente,
e sem dinheiro ela não tem como comprar a medicação",
complementa.
Outro
funcionário da Maxtec, pai de família diz que diante da situação,
eles não podem nem reclamar, pois são amaçados pelos encarregados da empresa.
"Tá sendo um sacrifício trabalhar desse jeito, a gente
trabalha porque precisa, mas eles não tem um pingo de respeito com nós
trabalhadores, nessa situação toda, ninguém diz nada. A gente pergunta pros
encarregados e eles ficam debochando de nossa cara, nos ameaçando de demissão.
A gente tá ali todo dia dentro de hospital trabalhando,
sendo contaminados por doenças, mas eles não tão ligando pra isso,
querem apenas o trabalho feito, e o pagamento que é bom, não querem pagar a
gente".
Relato
de mais uma funcionária mãe sobre a dificuldade trabalhar na Maxtec para a
prefeitura de São Luís, sem receber:
"Sou mãe de família, tenho uma bebê que depende só de mim.
Então não está sendo nada fácil, as contas todas atrasadas. O pessoal que a
gente deve tá tudo mundo cobrando, fica até difícil pra gente ter crédito na
praça, desse jeito, recebendo salário sempre com atraso. O pior é que eles não
dão nenhuma posição pra nós funcionários, só ficam dizendo que é o secretário
de saúde que não tá pagando a empresa. E aí ficam só na promessa. Enquanto houver
segunda e sexta feira eles vão enganando nós funcionários porque é só isso que
eles falam".
Para
quem mora de aluguel tem um tormento a mais. A ameaças de despejos pelos
proprietários dos imóveis é constante.
"Moro de aluguel, e o dono do imóvel não acredita quando digo
que o salário não saiu. Acha que eu tô mentindo, que não quero é pagar, e fica
dizendo que vai pedir a casa. Tenho vergonha porque não gosto de ficar devendo
ninguém. Infelizmente a gente não tem condição de ter uma casa própria e tem
que ficar no aluguel. Mas a gente trabalha e a empresa não quer pagar, mas os
credores não querem saber disso, infelizmente não temos de onde tirar
dinheiro".
O
desespero é tamanho, que já tem funcionários procurando outro emprego, pois a
Maxtec ou Prefeitura de São Luís negam os direitos dos trabalhadores aos seus
salários em dia.
"Já não tenho de onde tirar pra comprar comida. Já quero
vê se consigo alguma coisa, um bico, ou um outro emprego, porque tá
difícil. A prefeitura precisa dar uma explicação".
Importante
frisar que mesmo com salários atrasados, os funcionários da Maxtec estão
comparecendo regularmente aos postos de trabalho, inclusive com dificuldade de
condução, durante a greve no transporte coletivo da cidade.
Diante
da demanda por uma explicação dos trabalhadores, procuramos a Prefeitura de São
Luís. Encaminhamos na terça-feira [26] solicitação de explicação por meio de
nota, se a SEMUS está atrasando ou não o pagamento para Maxtec, mas até a
publicação desta matéria nesta quinta-feira [28], mais de 48 horas, a
prefeitura se mantém muda.
Será
que o problema é tão grave que não dá para emitir uma nota em 48 horas? Ou
pode-se entender o silêncio como resposta? Como se diz no popular: quem
cala, consente.
Estamos pedindo socorro
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