quinta-feira, 28 de outubro de 2021

SILÊNCIO ENSURDECEDOR DA PREFEITURA DE SÃO LUÍS: COM SALÁRIOS ATRASADOS, TRABALHADORES DA SAÚDE AINDA SOFREM HUMILHAÇÃO, ASSÉDIO MORAL, FOME, AMEAÇAS DE DEMISSÃO E DE DESPEJO



Salários atrasados, humilhação, assédio moral, ameaças de demissão, e de despejo a quem mora de aluguel. Esse é o drama vivido pelos funcionários da empresa Maxtec, que prestam serviços à rede de Saúde do município de São Luís, trabalhando nos hospitais, como o Clementino Moura, o Socorrão II e hospital da Mulher; nas unidades mistas, Socorrinhos e postos de saúde

Recentemente o blog do Adilson Carlos publicou denuncia de que a terceirizada está atrasando os salários dos trabalhadores [reveja] e tem culpado prefeitura, por meio da secretaria de saúde do Município [Semus] que tem à frente o Dr. Joel Nunes. Com a repercussão da matéria, trabalhadores tem procurado o editor deste espaço para relatar as dificuldades que estão passando sem receber seus vencimentos. É de cortar o coração. Os atrasos já chegam no segundo mês. O blog procurou a prefeitura para uma manifestação sobre o assunto, mas recebeu como resposta um silêncio ensurdecedor.

Preservaremos a identidade dos denunciantes, pois estes temem por represália.

Com duas crianças para criar, uma funcionária disse que está em desespero, sem comida em casa,  vendo os filhos passando fome, além de não poder honrar os compromissos com seus credores. Assim como ela, estão os demais trabalhadores que prestam serviços terceirizados pela referida empresa nos hospitais, unidades mistas e postos de saúde da capital.      

"Estamos com contas atrasada, alimentação faltando dentro de casa. Eu estou desesperada com essa situação. Dentro de casa tá faltando tudo. Hoje mesmo eu não tenho nem o que comer.  Na minha casa, eu sou mãe e pai, e a única fonte de renda que tenho é desse serviço. Já vamos para outro mês sem receber nada. A gente liga pra empresa e eles só falam que não tem previsão, e que a Semus não está fazendo o repasse. Somos todos pais e mães de família que estamos trabalhando pra colocar o sustento dentro de casa. Já estamos entrando para o segundo mês. Os credores nos cobrando. Já estamos com a geladeira seca. Um desespero, angustia total", comenta a mulher que acrescenta ao seu relato o caso de outra funcionária que está com uma criança doente, e passando fome, não tem recursos para comprar remédios.  

"Uma colega me mandou mensagem hoje chorando, porque não tinha nada pra comer, e pra dar pra filha dela. Inclusive a criança tá doente, e sem dinheiro ela não tem como comprar a medicação", complementa.

Outro funcionário da Maxtec, pai de família diz que diante da situação, eles não podem nem reclamar, pois são amaçados pelos encarregados da empresa.

"Tá sendo um sacrifício trabalhar desse jeito, a gente trabalha porque precisa, mas eles não tem um pingo de respeito com nós trabalhadores, nessa situação toda, ninguém diz nada. A gente pergunta pros encarregados e eles ficam debochando de nossa cara, nos ameaçando de demissão. A gente tá ali todo dia dentro de hospital trabalhando, sendo contaminados por doenças, mas eles não tão ligando pra isso, querem apenas o trabalho feito, e o pagamento que é bom, não querem pagar a gente".

Relato de mais uma funcionária mãe sobre a dificuldade trabalhar na Maxtec para a prefeitura de São Luís, sem receber: 

"Sou mãe de família, tenho uma bebê que depende só de mim. Então não está sendo nada fácil, as contas todas atrasadas. O pessoal que a gente deve tá tudo mundo cobrando, fica até difícil pra gente ter crédito na praça, desse jeito, recebendo salário sempre com atraso. O pior é que eles não dão nenhuma posição pra nós funcionários, só ficam dizendo que é o secretário de saúde que não tá pagando a empresa. E aí ficam só na promessa. Enquanto houver segunda e sexta feira eles vão enganando nós funcionários porque é só isso que eles falam"

 

Para quem mora de aluguel tem um tormento a mais. A ameaças de despejos pelos proprietários dos imóveis é constante. 

"Moro de aluguel, e o dono do imóvel não acredita quando digo que o salário não saiu. Acha que eu tô mentindo, que não quero é pagar, e fica dizendo que vai pedir a casa. Tenho vergonha porque não gosto de ficar devendo ninguém. Infelizmente a gente não tem condição de ter uma casa própria e tem que ficar no aluguel. Mas a gente trabalha e a empresa não quer pagar, mas os credores não querem saber disso, infelizmente não temos de onde tirar dinheiro".

O desespero é tamanho, que já tem funcionários procurando outro emprego, pois a Maxtec ou Prefeitura de São Luís negam os direitos dos trabalhadores aos seus salários em dia.

"Já não tenho de onde tirar pra comprar comida. Já quero vê se consigo alguma coisa, um bico, ou um outro emprego, porque tá difícil. A prefeitura precisa dar uma explicação".

Importante frisar que mesmo com salários atrasados, os funcionários da Maxtec estão comparecendo regularmente aos postos de trabalho, inclusive com dificuldade de condução, durante a greve no transporte coletivo da cidade.

Diante da demanda por uma explicação dos trabalhadores, procuramos a Prefeitura de São Luís. Encaminhamos na terça-feira [26] solicitação de explicação por meio de nota, se a SEMUS está atrasando ou não o pagamento para Maxtec, mas até a publicação desta matéria nesta quinta-feira [28], mais de 48 horas, a prefeitura se mantém muda. 

Será que o problema é tão grave que não dá para emitir uma nota em 48 horas? Ou pode-se entender o silêncio como resposta? Como se diz no popular: quem cala, consente.

 




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