VEREADOR ADULTERA TRECHO DA BÍBLIA PARA DEFENDER PREFEITO E ACABA AFRONTANDO POPULAÇÃO QUE SOFRE COM A BURAQUEIRA NAS RUAS DE SÃO LUIS

No momento em que a população de São Luís grita por socorro de dentro dos mais profundos buracos, valas e crateras espalhadas por toda a cidade, fruto das péssimas condições na infraestrutura da capital maranhense, o vereador Paulo Vitor (esse que está recebendo a divindade de Astro de Ogum) resolveu vim com essa pérola, parafraseando um versículo bíblico: "Não só de pão vive o homem. Não só de asfalto vive a população de São Luís".

"Não só de pão vive o homem" foi Cristo quem falou, mas a segunda parte da sentença acima que adultera as sábias palavras do salvador foi o pontapé inicial de um pronunciamento insensato proferido pelo parlamentar do PROS na tribuna da Câmara Municipal, nesta terça-feira (14/03), em defesa do prefeito Edivaldo Holanda Jr, na tentativa de eximi-lo de culpabilidade pela buraqueira que toma conta da cidade e revolta seus habitantes. Na sua justificativa, argumentou que o prefeito está trabalhando demais pela cidade, e deixou nas entrelinhas que esse negócio de asfalto esburacado que falam por ai é pura bobagem, é desnecessário e até uma espécie de perseguição ao atual administrador. Paulo Vitor disse que enquanto alguém critica a atual gestão por conta dos buracos, o prefeito trabalha em outras áreas, listando algumas ações pontuais da prefeitura, denominadas pelo mesmo de positivas.

Ora bolas, tudo o que foi listado pelo vereador em plenário é pura e simples obrigação do Edivaldo Jr. no exercício de gestor público, benefícios garantidos pelos recursos oriundos dos tributos pagos pela população. Da mesma forma que é obrigação do prefeito manter ruas e avenidas conservadas e trafegáveis para usufruto dessa mesma população, que em tese, paga seus impostos em troca desses benefícios. Ou seja, nada sai do bolso do prefeito.

É dever da prefeitura realizar todos os serviços que lhe são atribuídos, pois existe orçamento pra isso, sem falar nas promessas de campanha do prefeito por uma cidade cidadã. E se não cumpre com o dever é porque é omissa, e quem apoia a omissão do gestor é conivente com as mazelas espalhadas nas vias da nossa cidade, que só sabe o cidadão que todo dia está tendo o seu veículo danificado dentro de buracos, enquanto os responsáveis por garantir a ordem pública, parece pouco se lixando para os prejuízos que ele terá de pagar. E olha o quanto é caro manutenção de carro! Isso sem falar nas consequências danosas que essas irregularidades no asfalto causam aos moradores em geral. A choradeira é de canto a canto.

E onde está a cidadania propalada na campanha eleitoral? Na auréola do prefeito? Na soberba da sua gestão? Na covardia de seus comparsas vereadores? Na ganância pelo dinheiro público que tem sido criminosamente desviado de seus fins para interesses particulares?

O prefeito não está sendo perseguido, simplesmente tem amarrado a corda no próprio pescoço e segue a um abismo quando descumpre suas promessa de campanha, seja na infraestrutura, saúde, educação, transporte etc ignorando os interesses comuns e desrespeitando os direitos do cidadão.


Ao tentar justificar o injustificável, tapar o sol com a peneira com seu discurso pró-palaciano para forçar o povo a aceitar os problemas da cidade com a mais pura normalidade, Paulo Vitor pecou e feio, perdendo sua grande chance de ficar calado a ter que afrontar um povo sofrido que ele diz representar. Deveria ter a decência de se retratar publicamente por esta gafe.

E numa adaptação muito mal feita, de mal gosto e inoportuna em prol do prefeito, a emenda do parlamentar saiu pior do que o soneto. Insensata e desrespeitosa aos interesses da coletividade, feriu gravemente a honra dos ludovicenses e até os princípios da sagrada escritura.