terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CASTELO MORREU E ENTERROU SUA MAIS IMPORTANTE PROMESSA NÃO CUMPRIDA

João Castelo (PSDB) se foi. E com sua morte, enterrou juntamente com ele um legado de promessas não cumpridas (não diz mentiras pra não desmerecer o morto) ao longo de sua vida pública, entre elas uma “ispicial” (como pronunciava). Não se trata de promessas de campanha, até porque, ele dizia que estas não se tratavam de "promessas" e sim de "sugestões" de campanha, pois ao contrário do que o povo pudesse imaginar, ele desmistificou isso quando prefeito, ao afirmar a um repórter (com certa veemência, ao ser questionado sobre suas promessas de campanha) que não prometia nada em eleição.

Pois bem, no dia em que se deu por derrotado na eleição de 2012, para o então deputado Edivaldo Holanda Jr, além de anunciar sua aposentadoria da política, que não se candidataria mais a nada, que se dedicaria a partir do dia 01 de janeiro de 2013 aos netos, o lendário Castelo prometeu escrever um livro em que contaria sua trajetória na vida política. Pois é desta última que nos referimos, um livro que resgataria as memórias de um homem que exerceu todos os cargos públicos no Maranhão: deputado, governador, senador, deputado, prefeito; do homem de um discurso firme, muitas vezes duro (principalmente quando sofria críticas), conhecido como tocador de obras; pai dos conjuntos habitacionais Maiobão e Cidade Operária, do sistema Italuis, do Estádio Castelão (que agora não será mais preciso ser retirada a homenagem ao seu nome) etc. Mas também do ex-governador que abusou da truculência contra estudantes na histórica luta pela meia passagem em São Luís; do ex-prefeito que prometeu mudar a cara da cidade, mas acabou sua administração com poucas coisa feita do que fora prometido em campanha, que trouxe um VLT como arma para reeleição, mas o tiro saiu pela culatra, pois sem projeto e depois por falta de interesse de Edivaldo, hoje a máquina que custou R$ 7 milhões aos cofres da prefeitura se acaba em um galpão da cidade; do ex-prefeito acusado de saquear os cofres da prefeitura pra sacanear seu sucessor; depois denunciado pelo Ministério Público em vários processos e condenado por indícios de corrução na sua gestão, que só não foi preso graças a imunidade parlamentar, etc etc.

Enfim, o livro de João Castelo passou a ser esperado pelos maranhenses, pois também explicaria o porque muitos planos não deram certo e certamente traria muitas surpresas, do tipo divulgar coisas por trás das cortinas, poeira de baixo do tapete na política local e até nacional, que nunca chegaram ao conhecimento do cidadão comum. A edição, poderia inclusive cair como uma "bomba" no meio político.

Mas o resultado disso tudo é que a dedicação aos netos pode até ter sido a única delas cumprida (mesmo que parcial), porque no primeiro pleito, estava lá o João quebrando mais uma promessa, se candidatando e abiscoitando uma vaga no Congresso Nacional, onde cumpria o seu quinto mandato de deputado federal. Quanto ao livro (esse da ilustração não é dele, foi numa Feira do livro) talvez já tivesse até escrito a introdução. E se o tinha concluído, pelo menos não foi publicado antes de seu passamento a outra esfera, e ficou também essa dívida com o público maranhense. Quem sabe agora, em outra encarnação ou através de psicografia.

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