Edivaldo e Ivaldo |
"A gente espera que melhore cade vez mais a gestão do setor cultural. Nós estamos corrigindo hoje um problema que existe, que é uma secretaria que foi criada e está funcionando por um secretário adjunto, sem um secretário da pasta, sem ter um cargo de secretário de direito", comemora o vereador Raimundo Penha (PDT), vice-líder do governo.
Na prática a matéria da Prefeitura trata da estruturação da Secretaria Municipal de Cultura e do cargo de seu secretário, e ainda propõe cortes de cargos da administração direta e indireta para incorporá-los à nova pasta. Para os vereadores de oposição Marcial Lima (PRTB) e Estêvão Aragão (PSB), contrários à proposta, a Secretaria (que substituirá a combalida FUNC do petista Marlon Botão) foi criada, na verdade não para atender aos interesse da cultura em si, mas para favorecer figuras do PDT, em especial um político da sigla, uma referência ao vereador licenciado Ivaldo Rodrigues (atualmente comandando a SEMAPA), e segundo tem sido amplamente divulgado na imprensa ocupará o cargo de secretário da mesma.
"Eles estão fortalecendo a secretaria pra abrigar uma pessoa, não é pela cultura, é pra abrigar gente do governo, não é por esse povo que trouxeram pra cá (a galeria da Casa ficou lotada de pessoas ligadas aos movimentos culturais). Eu sou a favor dessa população aqui, eu não sou a favor de fortalecer a secretaria pra abrigar um pedestista. Porque não fizeram isso há 5 anos atrás? E outra coisa, estão fortalecendo a Secretaria num ano eleitoral pra se aproveitar do momento, dizendo que vão beneficiar a cultura cultura, coisa nenhuma, porque o governo municipal não gosta de cultura. O prefeito Edivaldo nunca foi cultural na vida", critica Marcial Lima.
"Eu sou entusiasta da cultura, apoio, inclusive sempre critico a maneira desrespeitosa com que a prefeitura e o Estado tratam quem faz cultura no Estado, as pessoas se dedicam, e a cultura ainda existe por causa do amor que as pessoas tem pelas manifestações culturais, porque se dependesse do poder público ela já tinha acabado, porque fazem as brincadeiras e depois ficam com o pires na mão, correndo atrás pra receber o dinheiro que lhes é devido. Mas eu voto contra porque o prefeito teve 6 anos pra criar a Secretaria de Cultura e não fez, e ele está criando agora, nesse momento, em época de eleição pra fazer um arranjo político pra beneficiar interesses nada republicanos", apimenta Estevão Aragão.
O detalhe é que este aval da Câmara foi dado dias depois da notícia bombástica, dando conta de uma suposta pisada de bola do vereador pedetista cotado para assumir a pasta, que estaria oferendo emprego na estrutura pública em troca de sexo. Segundo a denúncia publicada num blog, Ivaldo Rodrigues teria deixado o popular "batom na cueca" numa conversa de WhatsApp em que prometia cargo a um rapaz numa UPA da cidade, desde que este estivesse disposto a satisfazer-lhe os instintos mais "sacanas", o que não teria sido aceito pelo jovem, que preferiu explodir a bomba, colocando o edil em maus lençóis.
O caso expôs negativamente a conduta moral do parlamentar que acabou virando chacota em piadas das mais diversas, contadas pelos quatro cantos da Ilha, não por suas opções, mas (caso seja verdadeira a informação) pelo seu descaramento de querer tirar proveitos pessoais às custas da coisa pública, ou seja, com o dinheiro do cidadão.
Os questionamentos de Marcial e Estevão podem ter suas nuances, porém são os mesmos de quem usa o bom senso: Esta Secretaria de Cultura, criada agora pelo Município como solução pra tudo na área cultural, vai atender, de fato aos anseios de promotores e de quem mais faz a cultura acontecer nessa cidade, os mesmos que pra receberem seus incentivos legais passam por situações vexatórias, indo à FUNC o ano inteiro com o pires na mão?
Ela vai mesmo resolver a dívida que o Município tem (ao menos na atual gestão) com a cultura local, como defenderam os vereadores governistas em seus votos, criando assim, grande expectativa nos brincantes?
Ou será se vai é servir de cabide de emprego e usufruto eleitoral a Ivaldo e seus aliados, como afirmam os dois vereadores oposicionistas?
O tempo dirá.
O que se espera é que os dois parlamentares estejam errados em suas sugestões e a Secretaria de Cultura do Município de São Luís dê certo. Não seja para tratar de "cutura" e sim de Cultura. E muito menos que seja usada em transações, visando a satisfação de desejos eróticos de ninguém.
Representantes de grupos folclóricos e integrantes de manifestações culturais da cidade lotaram a galeria da Câmara para acompanhar a votação. |
Agora veja como votaram os vereadores.
Pelo SIM:
Astro de Ogum (PR)
Osmar Filho (PDT)
Raimundo Penha (PDT)
Marquinhos (DEM)
Beto Castro (PROS)
Nato Júnior (PP)
Aldir Júnior (PR)
Chico Carvalho (PSL)
Paulo Vitor (PROS)
Pereirinha (PSL)
Marcelo Poeta (PC do B)
Fátima Araújo (PC do B)
Chaguinhas (PP)
Dr. Gutemberg (PRTB)
Professor Sá Marques (PHS)
Honorato Fernandes (PT)
Concita Pinto (PEN)
Josué Pinheiro (PSDB)
Ricardo Diniz (PRTB)
Antônio Garcez (PTC)
Edson Gaguinho (PHS)
Genival Alves (PRTB)
Basileu (PRTB)
Cézar Bombeiro (PSD)
Pelo NÃO
Marcial Lima (PRTB)
Estevão Aragão (PSB)AUSENTES
Pedro Lucas Fernandes (PTB)
Bárbara Soeiro (PSC)
Umbelino Júnior (PPS)
Pavão Filho (PDT)
Afonso Manoel (PRP)